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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

O que não se pode perder - de jeito nenhum - no Festival do Rio 2016

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Cartaz estrangeiro de "A Chegada", filme abre-alas  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA 

Dirigido pelo canadense Denis Villeneuve, a ficção científica A Chegada será exibida nesta quinta, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, dando a largada para o Festival do Rio 2016, que abre as portas para o público nesta sexta, totalizando dez dias de programação pela frente. Confira a seguir o que não se pode perder...

 

"Wiener-Dog": Solondz de quatro patas  Foto: Estadão

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Não há como se posicionar ainda em relação às produções brasileiras em concurso, com uma exceção: o azeitado Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé, porque este o P de Pop já viu, lá em San Sebastián, na Espanha, de onde ele saiu com uma menção honrosa entre os filmes de coprodução. O desempenho de José Dumont é de lavar a alma, não apenas pelo regresso do homem que virou suco ao écran, mas pelo coeficiente de riso alcançado por seu personagem, Apolo. Espécie de agitador cultural teatral, ele é um dos moradores de uma hospedaria para onde convergem refugiados estrangeiros e um time sem teto de São Paulo. Vimos também, lá em Berlim, o possante Curumim, o exercício mais maduro de Marcos Prado (Estamira) como realizador, expresso como um ensaio sobre (e contra) a pena de morte, estruturado a partir das horas finas de um surfista brasileiro (Marco Archer) morto na Indonésia. Notabilizamos também aqui um curta de pura invenção, egresso do Ceará: Janaína Overdrive, sobre uma heroína trans em Nordeste à la Blade Runner.

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No mais, só restam apostas e uma curiosidade mais alentada por certos filmes. Os ímãs de atenção, por aqui, neste momento, ficam com:

  1. a estreia do talentoso diretor de TV José Luiz Villamarim como cineasta no drama de CEP mineiro Redemoinho, com roteiro de George Moura;
  2. a imersão de Andrucha Waddington no thriller hospitalar com Sob Pressão, o que traz o cineasta (um dos mais sofisticados do país em termos do trato com o quadro, com o plano) para uma seara urbana de ação;
  3. o amadurecimento artístico na medida de risco do comediante Marcos Veras, ao assumir um papel dramático na versão para as telas de O Filho Eterno;
  4. a chance de (re)ver Nelson Xavier, um dos maiores atores deste país, num posto de protagonista em Comeback, fazendo um matador de aluguel;
  5. a imersão do baiano Sérgio Machado (de Cidade Baixa) no terreiro do boxe com A Luta do Século;
  6. a estreia na direção de longas de Cristiane Oliveira, realizadora de ótimos curtas, como Messalina (2004) e Hóspedes (2009), em Mulher do Pai, com a dinamite humana Marat Descartes na pele de um cego às voltas com o desejo;

Ainda falando de Brasil, na seara fora de concurso, é obrigatória a oportunidade de rever Lavoura Arcaica em tela grande, na comemoração de seus 15 anos. Igualmente imprescindível é a chance de ver nas telonas cariocas o longa ganhador de Gramado, lá em agosto: BR 716, do mestre (agora octogenário) Domingos Oliveira, que revelou ao cinema a talentosa Glauce Guima.

Tome fôlego e se prepare. A maratona carioca vai começar.

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