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O Leão de Ouro 2021 é da França: 'L'événement'

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
"L'événement": um estudo sobre a França dos anos 1960, a partir dos conflitos de uma jovem que decide abortar Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Vitória da França na disputa pelo Leão de Ouro de 2021: "L'Événement", da diretora Audrey Diwan, derrotou medalhões e conquistou o prêmio máximo do 78º Festival de Veneza, com um drama de afirmação das lutas femininas sobre aborto. Uma prolífica roteirista, com filmes de sucesso como "A Conexão Francesa" (2014) em seu currículo, Audrey foi premiada numa decisão unânime do júri presidido pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-Ho ("Parasita"). Sua trama recria experiências pessoais da escritora Annie Ernaux, centradas nos percalços de uma jovem que decide abortar no início dos anos 1963, quando os franceses consideravam essa opção ilegal. A realizadora só havia dirigido um longa antes: "Mais vous êtes fous", de 2019. Ela ganhou ainda o Prêmio da Crítica, votado pela Federação Internacional de Imprensa Cineatográfica (Fipresci). Favorita a prêmios desde que o evento começou, a neozelandesa Jane Campion ("O Piano") recebeu a láurea de melhor direção pelo neo western "The Power of the Dog", um estudo sobre machismo. O mesmo tempo circunda "The Lost Daughter", adaptação feita pela atriz americana Maggie Gyllenhaal (de "Batman: O Cavaleiro das Trevas") da obra literária de Elena Ferrante, que lhe valeu a láurea de melhor roteiro. Uma das palavras mais celebradas no Lido este ano, "sororidade" foi o termo que conduziu o novo filme do espanhol Pedro Almodóvar, "Madres Paralelas", que rendeu a Penélope Cruz a Copa Volpi de melhor atriz. O prêmio de melhor interpretação masculina coube a John Arcilla, por "On the Job: Missing 8", sobre a censura nas Filipinas. Anfitriã do evento, a Itália foi duplamente consagrada no encerramento de Veneza. "Il Buco", de Michelangelo Frammartino, ganhou o prêmio especial do júri, com sua abordagem para uma expedição de espeleologistas. Já "È stata la mano di Dio", o novo trabalho de Paolo Sorrentino (de "A Grande Beleza") recebeu o Grande Prêmio do Júri e o troféu de melhor estrela revelação, dado a Filippo Scotti. O longa é a crônica de um adolescente que cresce em Nápoles, nos 1980, em meio ao culto futebolístico a Maradona.

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