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'No Ritmo Do Coração' amolece nosso miocárdio

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Marlee Matlin e Troy Kotsur vivem um casal que enfrenta os dilemas da limitação auditiva em "CODA" Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Não adianta querer negar o encanto de "No Ritmo do Coração" ("CODA"), sensação de público e crítica no Festival de Sundance de 2021 que marcha imperativo para o Oscar, com força para destronar "Ataque dos Cães" ("The Power of the Dog"): sua singeleza desmonta qualquer trava intelectual capaz de impedir seu avanço e sua transcendência. Nesta quinta-feira, a versão USA do longa francês "A Família Bélier" (2014) - dramédia de Éric Lartigau vista por 7.450.944 pagantes só lá nas terras de Truffaut - vai entrar em cartaz no Rio de Janeiro, no circuito UCI, em paralelo à sua presença na grade da Amazon Prime. Sua entrada em salas exibidoras da Zona Norte e da Zona Oeste faz parte da forte campanha para que o remake americano dos Bélier, pilotado por Sian Heder, saia da festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood com as três estatuetas a que concorre. Ele disputa as láureas de Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante, na qual conta com um favoritismo absoluto, graças ao desempenho memorável de Troy Kotsur. Ele encarna o chefe de uma família com limitações auditivas que vive da pesca, lidando contra as adversidades da surdez, contando com a ajuda da única integrante do clã capaz de ouvir plenamente: a filha adolescente, Ruby, interpretada por Emilia Jones com uma maturidade impressionante. Envolvida com as atividades pesqueiras do pai e da mãe, vivida por uma inspirada Marlee Matlin (ganhadora do Oscar de 1987 por "Filhos do Silêncio"), Ruby está prestes a ir para a universidade e tem um diferencial em seu caminho acadêmico: seu talento para cantar. Seus dotes de ave canora se sofisticam quando ela encontra o apoio (um tanto atabalhoado) do professor de Música Bernardo Villalobos, encarnado pelo brilhante Eugenio Derbez, campeão de bilheteria por trás de "Não Aceitamos Devoluções" (2013). O dilema da menina é seguir seu caminho de soprano ou deixar seus entes queridos para trás. E esse dilema é tocado por Sian Heder com extrema delicadeza. Antes conhecida pelo delicioso "Tallulah" (2016), ela se firma como um dos nomes mais promissores entre as estrelas da direção dos EUA na atualidade, coroada com o prêmio de melhor direção em Sundance por essa lúdica saga familiar.

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