RODRIGO FONSECA Tá feia a situação da comédia... e de seu derivado mais amado, a comédia romântica... este ano, em múltiplos mercados, sobretudo o circuito americano, no qual uma pequenina e autoralíssima produção, pilotada por um documentarista, o estreante em ficções Joshua Z Weinstein, desponta como o mais criativo (e premiável) exercício do gênero de 2017: Menashe. Sensação no Festival de Berlim, onde integrou a seleção da seção Fórum, esta dramédia falada em iídiche estreia nos EUA dia 28 de julho, repleta de elogios, retratando a luta de um judeu ortodoxo viúvo para preservar consigo a guarda de seu filho. Há um cuidado quase obsessivo da direção para evitar qualquer tangência com a caricatura, o que acaba facilitado pelo desempenho do ator Menashe Lustig na construção do papel principal. Com seu jeitão atrapalhado, o personagem é um convite a gargalhadas a cada novo deslize que comete. Mas seu zelo apaixonado pela condição de pai humaniza suas ações para além das veias do patético. Já se fala em indicações ao Oscar.