Via Facebook, o realizador conversou com o P de Pop sobre os debates comportamentais que Honorine ajuda a abrir com sua peleja diária.
O que você aprendeu com a Coronel Honorine sobre a luta das mulheres pela igualdade e o que a história dela denuncia da prática machista? Dieudo Hamadi: Graças à Coronel Honorine, percebi que as mulheres ainda não eram incluídas plenamente às nossas sociedades. E este filme denuncia isso. A exclusão sexista parece ainda pior na sociedade congolesa, onde a mulher é muitas vezes reduzida a um objeto que se pode possuir à vontade. Lá, o papel delas é limitado a fazer filhos. No mundo profissional, o que pode ser tolerado várias vezes a um homem é inadmissível para uma mulher. Mesmo que seja igualmente competente, uma mulher é forçada a trabalhar dez vezes mais duramente para alcançar visibilidade ao lado do homem.Como pode descrever o sexismo no Congo? Dieudo Hamadi: Sexismo é algo estrutural no Congo, infelizmente. Está enraizado em nossas tradições, encorajado e legitimado por nossas crenças, nossas religiões. A única maneira de lutar eficazmente contra o sexismo, o filme "Mama Colonel" existe para isso, é a educação. Infelizmente, o ensino ainda não é um sector prioritário no Congo. Como descrever a indústria cinematográfica do Congo, que produziu um filme tão poderoso? Dieudo Hamadi:A indústria cinematográfica do Congo é quase inexistente. A produção de filmes é frequentemente um milagre, que se baseia em esforços individuais, na vontade de todos e, por vezes, em subsídios estrangeiros.