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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Invasão japonesa (animada) no Festival do Rio

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
As memórias de Marnie Foto: Estadão

Mistura de melodrama e misticismo sabor sashimi, As Memórias de Marnie, desenho animado com 103 minutos de duração (e comoção) exibido em mostras em Roterdã, Jerusalém e Seattle, vai aportar no Brasil esta semana no cardápio montado pelo Festival do Rio (1º a 14 de outubro) com base na produção do Studio Ghibli. São 30 anos de cinema para a companhia japonesa que chegou a rivalizar com a Disney no quesito autoralidade e invenção, apoiado no talento do septuagenário cineasta Hayao Miyazaki, que lá desenvolveu obras-primas do calibre de Meu Amigo Totoro (1988) e A Viagem de Chihiro (2002), ganhador do Oscar e do Urso de Ouro. Com sede em Koganei, Tóquio, a empresa nasceu em 1985, sob a batuta de Miyazaki, em parceria com Isao Takahata, Toshio Suzuki e Yasuyoshi Tokuma, tornando-se uma das grifes mais bem-sucedidas, em cifras e láureas, do mercado animado. Seu nome era uma referência a uma aeronave criada nos anos 1930 e usada com destaque na Segunda Guerra Mundial. Em 2014, de carona na aposentadoria de seu realizador mais aclamado, o Ghibli pareceu ter entrado numa entressafra, mas bons ventos soprados desde o Japão prometem uma sobrevida. Enquanto isso, quem passar pelas fronteiras cariocas, vai se deliciar com filmes primorosos.

Foram selecionados:

Túmulos dos Vagalumes (1988) (uma das maiores bilheterias do Japão na telona);

Porco Rosso: O Último Herói Romântico (1992);

Meus Vizinhos, os Yamadas (1999);

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O Reino dos Gatos (2002);

Contos de Terramar (2006);

Os Pequeninos  (2010).

 Foto: Estadão

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Revirando o baú de Miyazaki, o Festival do Rio pinçou ainda O Castelo de Cagliosto (1979), sobre as peripécias do ladrão Lupin. Entre as gemas do passado e os rubis mais recentes, As Memórias de Marnie, finalizado em 2014, é pedida obrigatória por seu diálogo com toda a tradição das narrativas de mistério da literatura (ocidental sobretudo, indo de Edgar Alan Poe a Henry James) e pelo rigor da direção de arte. A direção é de Hiromasa Yonebayashi, um discípulo do mestre Hayao. Na trama, a jovem Anna se muda para o litoral, para tratar de problemas de saúde, e lá se afeiçoa pela loura Marnie, cujo comportamento taciturno encobre segredos.

 

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p.s.: Falando de pop Made in Japan, a JBC acaba de lançar nas bancas brasileiras a HQ Ultraman, revivendo o herói androide dos anos 1960, em tramas de Eiichi Shimizu e Tomohiro Shimoguchi. O dinamismo da narrativa, somado a um traço estilizado, dá maior valor ao quadrinho, que evita a trilha de chanchada de muitos mangás lançados aqui. É ação sci-fi com reflexões ecológicas e muita geopolítica. Junto com Green Blood, de Masasumi Kakizaki (também JBC), é "o" lançamento nipônico do ano na cena das HQs no país.  

 

 

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