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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Eternamente Gondry

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Cronista por excelência das artes do esquecimento e da rememoração, imortalizado no coração da cinefilia mundial com Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), o francês Michel Gondry usou recordações de sua própria juventude na argamassa de seu mais recente longa-metragem, Miocróbio e Gasolina (Microbe et Gasoil), em cartaz da programação do Festival do Rio 2015. Com sessão nesta segunda, 20h, no Maison de France, o novo trabalho do cineasta é um reflexo do ótimo The We and The I, exibido em Cannes em 2012 e nunca lançado comercialmente aqui, no qual ele desbrava as veredas dos ritos juvenis, numa observação quase antropológica dos comportamentos e das inquietudes. Agora, o foco está sobre dois garotos, vítimas de bullying escolar, que decidem sair França adentro improvisando uma casa sobre duas rodas, fugindo dos percalços da estrada.

 

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Autor de clipes lendários como Human Behavior, da esquimó Björk, Gondry se renova aqui ao se afastar da influência formal do surrealismo e se aproximar mais de narrativas de aventura, apoiando em sua referência cinematográfica mais afetiva: O Balão Vermelho (1956), de Albert Lamorisse.

p.s.: Outro destaque pop do Festival do Rio é Grandma, com Lily Tomlin, no auge da inspiração. É uma pedida obrigatória para o Oscar, com a veterana comediante de Um Espírito Baixou em Mim (1984) no papel de uma avó ranzinza às voltas com uma neta carente. A direção é de Paul Weitz.

p.s. 2: Outra pedida interessante da maratona cinéfila carioca é checar o que levou a francesa Emmanuelle Bercot a ganhar o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes (empatada com Rooney Mara por Carol) com o drama romântico Mon Roi. Ela forma um par (de devastar miocárdios) com Vincent Cassel numa trama sobre desmedidas amorosas.

p.s.3: Para gibizeiros afoitos: é obrigatória a leitura de Vampiro Americano: Segundo Ciclo - Parte 1, que a Panini acaba de soltar nas bancas, pelo selo Vertigo. Agora, um ser maligno chamado O Negociador vai disputar a jugular (e algo mais etéreo) de Peal Jones e Skinner Sweet nos EUA dos anos 1960. Detalhe para a sofisticação na arte do gaúcho Rafael Albuquerque.

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