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Carpe diem na Globo: hoje tem 'Sociedade dos Poetas Mortos'

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Roberto Macedo dubla Robin Williams na projeção global deste sucesso dos anos 1980 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca

Pilar do cinema novo australiano, o esquecido diretor Peter Weir deu a Hollywood uma lição de dramaturgia e de ética ao se debruçar sobre o universo escolar em "Sociedade dos Poetas Mortos" ("Dead Poets Society", 1989), que baterá as asas do "Corujão" da TV Globo nesta madrugada, às 3h50. A versão brasileira é um primor, com direito a Roberto Macedo dublando a memorável atuação de Robin Williams a cada carpe diem pregado por seu personagem, o professor de Inglês John Keating. Como é difícil ver este filme - lauredo com o Oscar de melhor roteiro - sem pensar no Keating que mudou a vida aqui do P de Pop: Márcio Maya. Na Penha dos anos 1990, em um período de violência severa nos subúrbios do RJ, Maya lecionava Literatura no Colégio Nossa Senhora do Brasil com métodos nada ortodoxos, lendo versos de Anacreonte em sala. Não havia decoreba de datas em suas aulas: lia-se "Hamlet" e "Édipo Rei". E ele dizia: "Se vocês não conseguirem ler os dois pilares do pensamento ocidental, não conseguirão ler mais nada. E é bom ler, pois a Cultura não vai atrás de ninguém: quem quer, corre atrás dela". Graças a ele, uma leva de estudantes correram atrás de seus sonhos. Inclusive eu. Esta noite, pensarei nele ao ver a luta de Keating para desafiar os preconceitos de uma escola em Vermont. Lá, com a ajuda de Keating, os alunos Neil Perry (o ótimo Robert Sean Leonard) e Todd Anderson (Ethan Hawke) vão aprender como é duro amadurecer. Filmada com base em um orçamento de US$ 16,4 milhões, a trama é baseada em memórias reais do roteirista Tom Schulman como educador. Nas bilheterias, o longa de Weir faturou US$ 236 milhões. Há pouco, em 2016, o texto foi encenado nos palcos dos EUA com Jason Sudekis no papel de Keating.

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