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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Capitã Marvel decola na Tela Quente

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Rodrigo Fonseca Novas HQs de Carol Denvers, a Capitã Marvel, estão chegando aos EUA neste segundo semestre a fim de alavancar as vendas de uma das personagens mais populares da Casa das Ideias (apelido da editora celebrizada por Stan Lee). Personagem que vai abrilhantar a "Tela Quente" da TV Globo nesta segunda-feira, depois de "Pantanal". Mesmo prejudicado com um nó de roteiro em seu terço inicial, quando a fotografia de Ben Davis custa a encontrar a luz precisa, "Capitã Marvel - O Filme" se impõe como uma vigorosa jornada de formação para a mais poderosa super-heroína da Disney e como um estandarte político para a batalha em prol do empoderamento feminino. É um filme enérgico, que explora bem a vertente sideral da editora mais pop dos quadrinhos. Fernanda Bullara dubla a protagonista, nesta versão brasileira. Ganhadora do Oscar por "O quarto de Jack", em 2016, Brianne Sidonie Desaulniers, ou apenas Brie Larson, usa todo o ferramental gestual que tem para injetar humor, marra e poesia a uma mulher cuja memória foi triturada em meio à abdução pela raça alienígena Kree. Com uma figura tridimensional em suas mãos, a cineasta Anna Boden (de "Se enlouquecer, não se apaixone") e seu codiretor Ryan Kenneth Fleck (do filmaço "Half Nelson: Encurralados") investem num formato de aventura estelar semelhante à estética pop usada nos quadrinhos marvetes dos anos 1970. A direção segue os moldes do que o genial Roy Thomas, o pai da protagonista, idealizou, por exemplo, em "Warlock" e outras HQs de batalhas de super-heróis com ETs, nos confins da galáxia. É um momento fundamental da edificação da cultura pop, em que a indústria de gibis criou a centelha narrativa lisérgica do que viria a ser "Star Wars" e outras franquias. Mas há um tempero midiático a mais na direção: como a trama se ambienta na década de 1990, e tem elementos de espionagem, com a participação fundamental da agência de inteligência Shield, Anna e Fleck travaram um diálogo com toda a linhagem de filmes teen de espiões daqueles anos. E houve muita trama assim de 1992 a 1996 - tipo "Hackers", de Ian Softley, e "Sneakers - Quebra de sigilo", de Phil Alden Robinson - que servem de referência à luta da Capitã Carol Denvers (Brie) para entender por que motivos foi parar entre as estrelas, para ser treinada pelo Kree Yon-Rogg (Jude Law, impecável na criação de um guerreiro dúbio) a fim de combater a raça de transmorfos chamada Skurlls. Quem leu Marvel desde guri, odeia os Skrull sobre todas as coisas. Mas algo de novo acontece com esse povo neste filme, que deita e rola no carisma de Samuel L. Jackson (em estado de graça na pele do jovem Nick Fury, futuro líder da Shield) e da revelação Lashana Lynch, que vive a aviadora Maria Rambeau, amiga da Capitã.

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p.s.: Falando em super-heróis, o 75º Festival de Locarno anda em polvorosa com o anúncio de que o produtor Jason Blum (de "O Telefone Preto") vai iniciar um novo filme do Spawn, de carona nos 30 anos do Soldado do Inferno, criado por Todd McFarlane.

p.s.2: Nesta quarta, quem se junta à competição pelo Leopardo de Ouro é o concorrente brasileiro: "Regra 34", de Julia Murat. É uma trama sobre uma futura advogada que se envolve em práticas sexuais de BDSM (bondage, com a mescla de prazer e dor).

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