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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Bons ventos sopram sobre Cannes vindos da Quinzena e a da Semana da Crítica

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
"I Tempi Felice Verranno Presto" foi um dos destaques da Semana da Critica : esquadra italiana em marcha Foto: Estadão

Fazia tempo que a seção Un Certain Regard, reduto para narrativas menos formulaicas do Festival de Cannes, não sofria com uma seleção tão ruim quanto esta, de 2016, quando não deu para se salvar nada até agora, em que as expectativas por alguma qualidade repousam sobre os ombros do drama americano Captain Fantastic, com Viggo Mortensen, já apresentado em Sundance, em janeiro. Mas nas demais mostras paralelas à briga pela Palma de Ouro tem coisa boa - muito boa - demarcando algumas filmografias da Europa e da América Latina. A Itália, por exemplo, anda reinando soberana. Na Semana da Critica, o novissimo cinema italiano anunciou toda a sua potência lúdica com I Tempi Felice Verranno Presto, uma fábula adulta de Alessandro Comodin, sobre um povoado próximo de um lago marcado por uma lenda sobre lobos e moças bonitas. Já na Quinzena dos Realizadores, o experiente Paolo Virzi (de Capital Humano) reciclou sua própria estética e foi elogiado nas mais variadas línguas por La Pazza Gioia, sobre a amizade de duas internas de uma instituição manicomial. Causou comoção o desempenho das protagonistas: Micaela Ramazzotti e Valeria Bruni Tedeschi.E teve ainda o cinemanovista Marco Bellocchio, que abriu a 15ena com seu Fai Bei Sogni, recriando a realidade de sua nação nos anos 1960 e 90 a partir do trauma de um jornalista que perdeu a mãe ainda menino.

"Grave", de Julia Ducournau Foto: Estadão

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Ainda na Semana brilhou o turco Albüm, de Mehmet  Can Mertoglu, no qual um casal de 30 anos, obcecado pela paternidade, adotam um bebê e forjam uma série de fotos de uma falsa gravidez para que a criança, ao crescer, pense que foi gerada pelos dois. Outro filme muito comentado pela Croisette, também egresso da Semana, e marcado por polêmicas entre os veganos foi o frenético Grave, de Julia Ducournau, cineasta (e beldade) francesa. No longa, de produção franco-belga, uma adolescente vegetariana descobre seu verdadeiro eu ao comer carne crua. O que deveria ser apenas uma experiência gastronômica deflagra uma jornada existencial perigosa para ela e para os outros.

Amanhã, na seção Cannes Classics, a Croisette recebe o esperado documentário de Eryk Rocha sobre revoluções audiovisuais brasileiras: Cinema Novo.

 

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