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Berlinale entra na fase dois com 'O Mauritano'

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Jodie Foster é uma advogada que tenta libertar o preso político vivido por Tahar Rahim em "O Mauritano" Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Pontuado por atuação primorosa de Jodie Foster, no papel de uma advogada idealista, o thriller "O Mauritano" vai abrir a Edição de Verão da Berlinale 2021, em execução presencial na capital alemã de 9 a 20 de junho, com direito a um prêmio de júri popular contemplando os 15 longas-metragens indicados ao Urso de Ouro. A cerimônia de inauguração vai ocorrer no Freiluftkino Friedrichshain, com o filmaço de Kevin Macdonald. Esta nova seção do evento é uma forma de atrair plateias para os filmes que foram exibidos online de 1º a 5 de março, quando o prêmio principal ficou com o romeno Radu Jude e seu "Bad Luck Banging or Loony Porn". Agora, vai ser conferido um prêmio especial para os documentários que integraram a seleção deste ano, a ser votado por um júri integrado pela cineasta e escritora argentina Albertina Carri; o produtor sírio Orwa Nyrabia, curador do Festival Internacional de Docs. de Amsterdã; e a cantora e realizadora alemã Janna Ji Wonders. Um dos concorrentes é "A Última Floresta", de Luiz Bolognesi, sobre os povos originários, baseado em reflexões de Davi Kopenawa. Estão em concurso produções aclamadas como "Mr Bachmann and His Class", de Maria Speth; "Una Película de Policías", de Alonso Ruizpalacios; e "Nous", de Alice Diop. Outra premiação importante é a láurea de melhor filme de estreia, cujo corpo de jurados inclui a crítica neozelandesa Carmen Gray; o curador nigeriano Azu Nwagbogu, fundador da ONG African Artists' Foundation (AAF); e o ex-diretor da mostra Panorama de Berlim, o alemão Wieland Speck. Disputam o prêmio joias como a comédia "Nebenan" ("Next Door"), do ator Daniel Brühl; e o épico de guerra "Természetes fény" ("Natural Light"), que deu ao húngaro Dénes Nagy o prêmio de melhor direção na edição realizada há dois meses.

Foi acertadíssima a escolha de "The Mauritanian" como abre-alas dessa fase dois da Berlinale. A direção de Macdonald é primorosa e pode ser conferida, entre nós, via iTunes. Laureado com o Oscar de melhor documentário por "Munique, 1972: Um Dia em Setembro" (1999), o cineasta escocês anda colhendo frutos por esta taquicárdica reconstituição do drama de Mohamedou Ould Salahi, um engenheiro elétrico mauritano que foi detido injustamente em Guatánamo, em 2002, e lá ficou até 2016, tendo sofrido toda sorte de torturas, sob a suspeita de ser um dos responsáveis pelos atentados do 11 de Setembro. Tahar Rahim tem uma magistral atuação no papel de Mohamedou. Jodie Foster esbanja carisma, no papel de uma jurista cheia de ideais humanitários.

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