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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Anima Mundi recebe o pai da Tartaruga Vermelha

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Ganhador do Oscar de melhor curta animado em 2001 com o drama "Father and Daughter", Michael Dudok de Wit arrebatou público e crítica com a fábula "A Tartaruga Vermelha", desenho laureado em Cannes  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECAComeça nesta sexta-feira a maratona carioca do Anima Mundi, cuja edição dos 25 anos, marca a vinda ao Brasil de um estandarte autoral do cinema contemplativo, o diretor holandês Michael Dudok de Wit, que encanta a todos, por onde passa, mundo afora, com A Tartaruga Vermelha (The Red Turtle, prêmio especial do júri no Un Certain Regard de Cannes em 2016). Se você não curtiu este marco da animação, com suas sinestésicas tintas ecológicas, em sua passagem em cartaz, após sua indicação ao Oscar, a hora é essa: na maior vitrine latino-americana para desenhos, stop-motion, rotoscopia e outras técnicas de fabulação. Alguns dos filmes mais importantes de Dudok de Wit, incluindo Father and Daughter, pelo qual ele foi oscarizado, em 2001, serão projetados no Rio, no CCBB (dias 20, às 20; e 22, às 14h) e no Odeon (dias 22, às 20h; 23, às 18h), e em São Paulo, no Centro Cultural São Paulo (dia 27, às 15h) e no Caixa Belas Artes (dia 28, às 18h e às 20h; e dia 30, 12h).

"O Brasil sempre me abriu as portas para um time muito criativo de artistas", disse Dudok de Wit em entrevista ao P de Pop no Festival de San Sebastián.

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Produzido na França, numa sinergia criativa e tecnológica com o tradicional Studio Ghibli, do Japão, onde nasceram pérolas do mestre Hayao Miyazaki (de A Viagem de Chihiro), A Tartaruga Vermelha foi ovacionado por quase mil espectadores em Cannes, em reverência à sua potência narrativa. A projeção em San Sebastián foi igualmente calorosa, cavando, com boca a boca dos mais otimistas, uma estrada para o longa criar uma legião de fãs.

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Sem diálogos, alimentado por uma inquietação diante da preservação da Natureza, o filme acompanha os esforços de um náufrago para sobreviver nula ilha deserta, onde uma exótica tartaruga vermelha gigante esconde segredos em seu casco. Com apenas 1h20m de duração, The Red Turtle esgarça todas as fronteiras de linguagem dos desenhos, trafegando entre o realismo e a fábula, numa espécie de poema visual.

"A natureza é um espetáculo em si, que demanda da narrativa cinematográfica um espaço de contemplação", disse Dudok. "Tive liberdade total do Studio Ghibli para apostar no risco".

"Log Jam KJFG nº5" em retrospectiva   Foto: Estadão

Em 2017, a maior maratona animada da América Latina se instala no Rio de Janeiro de 14 a 23 de julho e, em São Paulo, de 26 e 30 de julho. Para celebrar seus 25 anos, o Anima Mundi promove uma retrospectiva com o melhor de sua própria história. Nessa revisão entraram cults estrangeiros como o húngaro Log Jam KJFG nº5, de Alexei Alexeev; o inglês Head Over Heels, de Tim Reckart; e o português História Trágica Com Final Feliz, de Regina Pessoa.Entre os brasileiros, integram a lista Até a China, de MarãoGuida, de Rosana Urbes; L.E.R., de João AngeliniPasso, de Alê Abreu; e O Projeto do Meu Pai, de Rosária.

Este ano, o Canadá é o país em foco no festival, que organiza uma retrospectiva com o melhor daquela nação em termos de desenho, stop-motion e afins, como When The Dust Settles, de Louise JohnsonThe Cat Came Back, de Cordell Barker; e When The Day Breaks, de Wendy Tilby. O evento resgata a memória de um dos animadores canadenses que mais contribuíram para o avanço estético do setor: Norman McLaren (1914-1987), de quem serão exibidos filmes como Synchromy, Neighbours e Begone Dull Care.

"O Projeto do Meu Pai", de Rosária  Foto: Estadão

No Rio, o Anima Mundi vai ocupar o Centro, num circuito que integra Cine OdeonEspaço Cultural BNDES,Centro Cultural Justiça FederalCinemateca do MAMCentro Cultural dos Correios e Centro Cultural do Banco do Brasil; em São Paulo, o festival será realizado na Caixa Belas ArtesCCBBCCSPCinemateca Brasileira e chega também às salas do Circuito Spcine.

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