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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

Amantes de James Gray (a)live: hj no @rtfeatures

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
O diretor James Gray dá instruções ao fotógrafo suíço Hoyte Van Hoytema no set de "Ad Astra" Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Se você chorou com "Amantes" ("Two Lovers", 2008), chocou-se com os abusos retratados em "Era Uma Vez em Nova York" ("The Immigrant", 2013) e encarou a floresta de "Z: A Cidade Perdida" (2016), seu compromisso deste sabadão é sintonizar no Instagram neste sábado, às 19h, no @rtfeatures, pra acompanhar o papo do realizador dessas joias todas, o americano James Gray, com o produtor brasileiro Rodrigo Teixeira. Os dois fizeram "Ad Astra: Rumo às Estrelas", sci-fi com Brad Pitt indicada ao Leão de Ouro cuja bilheteria foi de US$ 127 milhões. Os dois hão de falar ainda sobre o novo projeto que têm em comum: "Armageddon Time". É uma trama sobre a vida no Queens da década de 1980, tendo Robert De Niro, Cate Blanchett e Anne Hathaway no elenco. Quem sabe não é a chance definitiva de o cineasta disputar um Oscar ou entrar (de novo) no páreo da Palma de Ouro. Em 1994, ele conquistou o Leão de Prata em Veneza com "Fuga Para Odessa" ("Little Odessa"), com Tim Roth e Vanessa Redgrave. "Tenho um fascínio por figuras deslocadas, com ímpeto de conquista, sobre quem questões de classe social são um peso capaz de tolher seus desejos. O fardo cultural é um veio de opressão recorrente. Mas não investigo essa questão por meio de uma mirada antropológica, com exotismo: é a obstinação que me interessa, e o quanto tal sentimento reflete na lealdade", explicou Gray ao P de Pop no Festival de Marrakech de 2018, cujo júri presidiu. "A melhor forma de obter verdade dos atores é deixá-los livres e fazer a câmera captar seus gestos".

Gray e Brad Pitt nas filmagens do sci-fi indicado ao Leão de Ouro, produzido por Rodrigo Teixeira Foto: Estadão

Por trás do trailer de "Ad Astra" há uma máxima estética que, de 1994 para cá, pavimenta uma das mais sólidas obras autorais do cinema americano: "Um bom filme é aquele que é honesto consigo mesmo em sua busca para ser uma narrativa genuína". Responsável por essa reflexão, hoje com 51 anos, Gray é cultuado pelo rigor de seus enquadramentos e por sua poética de dor. Ele e Teixeira vão conversar sobre sua parceria e sobre a arte de fazer filmes. O produtor carioca, radicado em SP, foi premiado em Cannes em 2019 com os filmes "O Farol" e "A Vida Invisível", tendo uma longa ficha corrida de êxitos no exterior, com destaque para "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017). Gray integra seu time de talentos estrangeiros. Há tempos, Gray e Brad Pitt se namoram para combinarem talentos. O "beijo" enfim aconteceu na saga espacial que vai nortear o papo desta noite. "Um dos grandes diretores dos anos 1960, o inglês John Boorman, costumava carregar um caderninho consigo ao cinema para tomar nota dos filmes que via. Fazia isso até quando era júri. Cinema é questão de estudo", disse Gray.

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Indicado ao Oscar de mixagem de som, "Ad Astra" toma seu título emprestado da citação em latim "per aspera ad astra", ou "por caminhos ásperos até os astros". Pitt vive um astronauta que viaja cosmo adentro para investigar o paradeiro de seu pai (Tommy Lee Jones) e de um projeto ligado a uma descarga de energia que pode ameaçar a Terra. "Meu foco está no fardo afetivo que oprime os personagens", disse Gray, que escalou Liv Tyler, Ruth Negga, John Ortiz e Donald Sutherland para o elenco. No leme da fotografia de "Ad Astra" está o suíço Hoyte Van Hoytema, de "Ela" (2013) e "Dunkirk" (2017).

p.s.: Às 22h deste sábado, o Telecine Premium exibe o febril "Rambo: Até o Fim" ("Rambo: Last Blood", 2019), com Luiz Feier Motta dublando Stallone. O longa arrecadou US$ 90 milhões nas bilheterias.

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