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'Absence', poema sobre solidão em forma de curta

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Lee Kang-Sheng em "Absence" Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Em meio à campanha mais do que bem-sucedida feita pela China no 74º Festival de Cannes, que termina neste sábado, tendo longas-metragens primorosos como o.doc "H6", de Ye Ye, e o drama noir "Streetwise", de Na Jiazuo, em seu rol de ofertas à Croisette, um curta-metragem se impõe por sua poesia na abordagem da solidão: "Xue Yun" ("Absence"), de Wu Lang. Antes de o júri presidido por Spike Lee revelar que longas hão de ser premiados na peleja pela Palma de Ouro, o time de juradas e jurados composto por quatro cineastas (a tunisiana Kaouther Ben Hania, o egípcio Sameh Alaa, o espanhol Carlos Muguiro e os franceses Alice Winocour e Nicolas Pariser) e pela atriz e diretora sueca Tuva Novotny vai anunciar "o" curta do evento em 2021. E o Brasil está duplamente no páreo por troféus, com "Sideral", de Carlos Segundo, e "Céu de Agosto", de Jasmin Tenucci. O P de Pop conferiu de véspera o filme de Wu, que acompanha a jornada de um ex-casal de amantes a caminho de Ying Ge Hai. Os dois preservam o passado e sua intimidade atual mas não escondem as cicatrizes que o separam. São 15 minutos de lirismo encampado pela atriz Li Meng e pelo memorável ator Lee Kang-Sheng, divo dos filmes de Tsai Ming-liang. "Essa história se baseia numa vivência de amor na estrada e reflete o modo mais controlado como nós, chineses, demonstramos nossos sentimentos. Somos mais contidos ao expressar emoções", disse Wu ao Estadão, explicando que filmou na província de Hainan, no sudoeste do país. "Basicamente usamos luz natural, dos ambientes, explorando uma geografia tropical".

 Foto: Estadão

Para o cineasta, a vivência com o ator de cults como "O Sabor da Melancia" (2005) foi uma aula. "Kang-Sheng é um ator capaz de captar cada detalhe de uma narrativa", disse o diretor. "Sempre apreciei o desempenho dele". Na quinta o curta brasileiro "Cantareira", de Rodrigo Ribeyro, foi um dos laureados na mostra Cinéfondation. Quem venceu o Prix Un Certain Regard deste ano em Cannes foi a diretora Kira Kovalenko, da Rússia, pelo drama "Unclenching The Fists", sobre uma jovem que tenta escapar da dura realidade familiar em uma cidade pautada pela mineração.

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