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De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

ABC mergulha no lirismo de Helena Solberg

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
A cineasta Helena Solberg nas filmagens de "Vida de Menina", melhor filme do Festival de Gramado em 2004 Foto: Estadão

Rodrigo Fonseca Operacionalizado a partir das Casas Casadas, nas Laranjeiras, no RJ, sob a coordenação de Affonso Beato e a mediação de Ricardo Cota, o Cineclube ABC, da Associação Brasileira de Cinematografia, vai se debruçar, na próxima segunda-feira, sobre a obra de uma das mais inventivas documentaristas na ativa no país: Helena Solberg. Inquietações políticas marcam a maneira de filmar (e de pensar enquadramentos) da realizadora de "Palavra (En)cantada" (2009). Seus filmes militam por uma representação crítica da condição das mulheres, buscando um olhar a um só tempo feroz e terno, autoral. É o que se encontra em produções radicalmente distintas como "A Dupla Jornada" (filmado em 1975 com foco em trabalhadoras de fábricas do México e da Argentina e de minas da Bolívia e da Venezuela) e o delicioso "Carmen Miranda: Banana Is My Business" (cult de 1994 sobre a estrela homônima). Seus longas gravitam pela fronteira tênue entre fato e fabulação, como o pilar de sua filmografia: "A Entrevista", de 1966, no qual ela costura depoimentos de jovens num jogo narrativo com arquétipos de opressão. Fora que, em 2004, ela ganhou o Kikito de Melhor Filme no Festival de Gramado por uma experiência radicalmente ficcional: "Vida de Menina", baseado no diário da escritora Helena Morley (1880-1970). É uma incursão na ficção por meio de um diário afetivo autêntico, ou seja, de um "documento". O longa, a ser debatido por Beato, Cota e a própria Helena, às 20h deste 1º de março, e um documento sobre uma menina no fim do século XIX que critica a sociedade patriarcal onde está inserida. O desempenho de Ludmila Dayer no papel central é comovente.

Ludmila Dayer tem comovente atuação no filme sobre os diários de Helena Morley Foto: Estadão

p.s.: Nesta quarta, às 15h, a "Sessão da Tarde" marca um golaço ao escalar "Um Senhor Estagiário", no qual Robert De Niro dá um show de atuação ao ajudar uma empresária (Anne Hathaway, dublada por Letícia Quinto) a manter seus negócios e seu coração no lugar.

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