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'A Tartaruga Vermelha' anima festival em Pernambuco

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Favorito ao Oscar, o desenho "A Tartaruga Vermelha" foi premiado em Cannes  Foto: Estadão

RODRIGO FONSECA Libelo ecológico premiado em Cannes, hoje com fortes chances de conquistar o Oscar de melhor longa-metragem animado em 2017, o cult A Tartaruga Vermelha (La Tortue Rouge) vai ser a cereja de um bolo assado em múltiplas linguagens audiovisuais que promete inundar Recife das mais criativas experiências narrativas fora das fronteiras da live action de 22 a 27 de novembro. Esta é a data da 7ª edição do Animage: Festival Internacional de Animação de Pernambuco, realizado em nove espaços de exibição no Recife (como o Cine São Luiz, o Parque Dona Lindu e a Caixa Cultural). No dia 26, às 19h, no São Luiz, ocorre a projeção do "ecoépico" sobre a tartaruguinha metafísica que seduziu a Croisette em peso. Dirigido pelo holandês Michael Dudok de Wit, oscarizado em 2001 pelo curta Father and Daughter, o filme fala sobre um náufrago que tenta sobreviver uma ilha deserta, onde um quelônio rubro é seu único amigo. Na tela, este enredo rende uma experiência narrativa sensorial diferente de tudo o que a indústria espera de um desenho animado: 80 minutos sem qualquer diálogo, num tom contemplativo da Natureza, construído com cores saturadas, como um pleito pela preservação dos animais.

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"Estava louco para dirigir algo meu, num formato longo, quando os executivos de criação do Ghibli me procuraram pedindo um projeto. Tremendo, eu disse: 'Olha, por mais que eu fique honrado de trabalhar na 'casa' de Miyazaki, nada do que eu tenha em mente tem perfil de blockbuster'. Precisava ser sincero. Mas eles riram e disseram: 'A gente é especializado em filmes que o mercado enxerga, à primeira vista, como potenciais fracassos, mas que, com o tempo, consolidam-se no gosto popular, pois a nossa busca é pro expressões artísticas'. Dizer o que depois disso?", brinca De Wit, que contou com assessoria da cineasta francesa Pascale Ferran (de Lady Chaterley) em seu roteiro. "Ela queria diálogos. Mas no correr da direção, as imagens falavam por si".

Entre as atrações obrigatórias do Animage, destacam-se a fábula francesa francesa A Menina Sem Mãos (La Jeune Fille Sans Mains), de Sébastien Laudenbach, que virá ao Recife para uma masterclass, e o curta O Ex-Mágico, de Mauricio Nunes e Olimpio Costa.

 

 

 

 

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