PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

De antena ligada nas HQs, cinema-pipoca, RPG e afins

A Fênix da dublagem: Hélio Ribeiro

Por Rodrigo Fonseca
Atualização:
Joaquin Phoenix ganhou a voz de Hélio Ribeiro na versão brasileira do delirante "Vício Inerente", de P. T. Anderson Foto: Estadão

Frente à crise estética que vem abatendo o mercado brasileiro de dublagem, na qual estúdios do porte da Fox se prestam ao papelão de confiar blockbusters como a franquia X-Men a versões nacionais sem nenhum esmero, de timbre amador, deu gosto ver Joaquin Phoenix na voz do brilhante ator Hélio Ribeiro na sessão de Vício Inerente (Inherent Vice) no canal Max, na noite de domingo. Dirigido por Paul Thomas Anderson como um projeto de encomenda, baseado na literatura de Thomas Pynchon, o longa-metragem injetou gás e competência na faixa dublada de títulos da emissora a cabo, apoiada em um elenco de mestres, distribuídos com coerência entre os papéis. O acerto deve ser creditado ao diretor da gravação, Mario Monjardim, cujo gogó já foi do Pernalonga e do Salsicha. Nos microfones da Delart, ele reúne nomes como Reginaldo Primo, Adriana Torres, Jorge Vasconcellos e Sylvia Salustti, tendo Ribeiro como seu protagonista. Respeitado nos palcos por recentes montagens nas quais interpretava Freud, o ator cedeu suas cordas vocais a Kevin Costner e Robert De Niro durante anos a fio e, agora, "cuida" de Phoenix com um empenho que parecia ter desaparecido das telinhas. Indicado aos Oscars de melhor roteiro adaptado e figurino, Vício... teve uma carreira atribulada em circuito, apesar de ter recebido o alento dos críticos. Mas, visto de novo agora, com a luxuosa "segunda pele" oferecida por Ribeiro, o longa parece ainda mais vigoroso.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.