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Murilo Busolin fala de cultura pop: música, séries e filmes sem descartar os 'guilty pleasures'

Plantão covid

Estamos caminhando para o oitavo mês, ainda na quarentena ou não, lidando com o novo coronavírus e com seus assustadores números, que finalmente, começaram a despencar por aqui, ao mesmo tempo em que a Europa enfrenta uma segunda e forte nova onda do vírus. Um medo por vez, ok?

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Por Murilo Busolin Rodrigues
Atualização:

Enquanto uma parcela dos brasileiros usufrui - me incluo aqui, sem hipocrisia - da flexibilização moderada (talvez nem tanto), após meses trancafiados e também como uma espécie de recarga na saúde mental, a outra metade prefere não se arriscar até a vacina e, é claro, temos aquela porcentagem que vive em uma realidade onde a covid-19 nunca existiu.

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Sob Pressão (2017) é uma elogiada série de drama original da Globo/Globoplay com três temporadas até então, que mostra a rotina e os dilemas da equipe de médicos na emergência de um hospital público. Já dá para imaginar uma carga pesada de dilemas, certo?

Como um bom drama pede, a produção também mostra em detalhes o apaixonante relacionamento entre dois profissionais, Dra. Carolina e Dr. Evandro, interpretados por Marjorie Estiano e Júlio Andrade.

A temporada especial da série foi desenvolvida em meados de abril, quando a pandemia atingiu picos alarmantes no Brasil. FOTO: Reprodução/Globoplay  

A edição especial da série foi desenvolvida em meados de abril, quando a pandemia atingiu picos alarmantes no Brasil. Os dois emocionantes episódios foram televisionados nos últimos dias e agora se encontram disponíveis no serviço de streaming da rede (como uma quarta microtemporada)

Eu confesso que Sob Pressão - Plantão Covid chegou como um soco no estômago necessário para mim. Talvez pela realidade ser quase a mesma do cenário na época em que foi gravada, as situações envolvendo pessoas internadas e a falta de contato com os familiares, o desespero dos médicos por não saber tratar de uma doença desconhecida, as mortes recorrentes e principalmente, a desinformação que leva a essa série de óbitos.

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O que eu tentei evitar com as notícias nos últimos tempos, para respirar um pouco aliviado, foi novamente trazido à tona com a teledramaturgia. A sensação de não ter controle sobre tudo é desesperadora e essa sensação é levada com êxito para a telinha com uma interpretação de dobrar os joelhos, feita por Marjorie Estiano.

Já dá para esperar uma indicação ao Emmy pela atuação de Marjorie Estiano, certo? FOTO: Divulgação/Globoplay  

É de arrepiar todos os pelos do corpo. A atriz Roberta Rodrigues no papel da enfermeira Marisa rende cenas que serão difíceis de tirar da cabeça. É complicado aceitar um presente tão real e tão distante do futuro.

Como alerta um importante personagem do seriado (que eu não citarei o nome, pois sem spoilers nesta coluna) ao encerrar a temporada: "Precisamos defender a saúde pública. A gente precisa acreditar na ciência. Só assim teremos um mundo mais justo, um País mais humano".

Está bem difícil, mas vamos continuar nos cuidando, flexibilizando ou não, porque dias melhores, tenho certeza, virão.

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