PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Murilo Busolin fala de cultura pop: música, séries e filmes sem descartar os 'guilty pleasures'

Ouvimos o 'EP' de estreia de Juliette: saiba o que esperar do som da paraibana

Por quanto tempo um ex-participante de reality show consegue segurar o hype de sua exposição na TV? Semanas? Meses? Um ano?

Por Murilo Busolin Rodrigues
Atualização:

São poucos os que conseguem emplacar um trabalho relevante atrás do outro. Em mais de 20 edições de Big Brother Brasil podemos contar nos dedos das mãos os que continuam interessantes ao olhar do grande público. Obviamente, não estou me referindo aos que embarcaram tendo uma carreira 'bem bonita lá fora', como diria Karol Conká.

Quase cinco meses após a sua inesquecível vitória no Big Brother Brasil 2021, Juliette Freire escolheu o caminho da música e lançou seu primeiro trabalho como cantora.

O EP de estreia de Juliette foi produzido por amigos e também por nomes conhecidos do mercado, mas todo o material teve um toque da ex-BBB. FOTO: Fernando Tomaz  

PUBLICIDADE

O EP Juliette chegou com seis faixas inéditas, e, é claro, se tratando da rainha dos cactos (como são chamados seus fervorosos fãs), o lançamento vem de mãos dadas com um impressionante recorde. Foram realizados mais de 600 mil pre-saves do material em todas as plataformas de streaming - só no Spotify, a música foi garantida por mais de 222 mil pessoas antes do lançamento, dez vezes mais que a antiga recordista, Luísa Sonza e seu novíssimo DOCE22.

Mas e a música? É boa? A produção de Juliette é extremamente comercial, foi milimetricamente coordenada para que as músicas caíssem fácil no repeat, para serem tocadas com exaustão nas rádios, para ganharem remixes e covers.

As canções me remeteram a uma versão nordestina do som que a banda Melim faz. Os instrumentos típicos da região (triângulo, zabumba e a sanfona) se fundem com letras apaixonadas, que vão servir para infinitas diretas e indiretas para crushes no Instagram.

Publicidade

O videoclipe de 'DIferença Mara' foi dirigido por Giovanni Bianco e estreia na próxima segunda-feira, 6. FOTO: Fernando Tomaz  

Não minto que o primeiro single Diferença Mara me incomoda um pouco no título, mas foi uma boa escolha para grudar na cabeça de quem ouvir uma única vez. Benzin é a minha preferida e era o que eu cogitava que Juliette fosse lançar. Ao todo, é uma coleção de hits prontos.

Tudo muito bem arquitetado para cair no gosto do público. Não que isso seja uma crítica negativa: a paraibana fez questão de manter sua originalidade em tudo, a mesma originalidade que a fez campeã do BBB. Ela mexeu em uma letra aqui e ali e acompanhou todo o processo que já estava em andamento com a sua gravadora Rodamoinho Records.

Assim como Juliette colocou seus amigos no comando de suas redes sociais e demais trabalhos antes mesmo da fama, os mesmos se organizaram para manter a sua vontade e garantiram que a maioria dos produtores musicais envolvidos fossem conterrâneos da agora cantora.

Juzé Neto (produtor musical/compositor), Rafinha RSQ (produtor musical/compositor), Dann Costara (compositor) e Anitta, a grande responsável por trás do projeto.  

Os amigos Juzé, Dann Costara e Toim do Gado se juntaram a Umberto Tavares, Rafinha RSQ e adivinha? Anitta. Toda a proposta do EP já estava pronta enquanto ela ainda estava na casa mais vigiada do País e foi a dona de Vai Malandra que facilitou todo o desenvolvimento.

Anitta gravou todas as demos diretamente de Miami para que Freire ouvisse o material já no tom de uma voz feminina. Se isso não for amizade, meus amigos.

Publicidade

Juliette faz a sua estreia no mercado da música com um compilado caprichado, polido e que equilibra com moderação a sua essência com o pop atual. O seu hype não é mais de um ex-BBB, é de um artista. Boa sorte.

Mais de 600 mil pessoas garantiram as músicas de Juliette antes mesmo do lançamento oficial. Pra poucos. Foto: Fernando Tomaz
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.