Felipe Branco Cruz
Durante sua visita ao Brasil, na semana passada, Tom Cruise definiu Encontro Explosivo, que estreia hoje no Brasil, como um "filme pipoca clássico". O ator, que faz o protagonista do longa, o agente secreto Roy Millar, foi certeiro em sua definição. O longa metragem não passa disso. A atriz Cameron Diaz, que faz par romântico com ele, interpretando a mecânica June Havens, o acompanhou na visita ao Brasil. O longa é um dos piores trabalhos de Cruise nos últimos anos. O resultado refletiu na bilheteria da estreia mundial, a pior do ator em 20 anos. Ainda assim, os números são bons. Desde que estreou no exterior - há três semanas -, o filme já arrecadou R$180 milhões em todo o mundo, valor muito próximo ao custo total da produção: R$206 milhões. Trata-se de um roteiro confuso e fraco, cheio de explosões, lutas. A expectativa nacional, no entanto, é grande, já que a previsão é de que o filme seja exibido em 350 salas do País e teve o incentivo da divulgação feita pelos próprios astros. A seu favor, o longa tem o fato de ser divertido e de ter no elenco dois dos maiores astros do cinema mundial.
A história é simples. Roy conhece June num aeroporto e a usa para atravessar a alfândega com uma super-bateria capaz de iluminar uma pequena cidade. Terroristas internacionais estão atrás do artefato, e o personagem de Cruise é acusado de trair o FBI ao tentar vendê-la no mercado negro. O que acontece em seguida é uma sucessão de perseguições de automóveis, aviões, motos, trens, lanchas, lutas e tiroteios. "Faço filmes para o público, e vejo a resposta positiva de quem assiste", disse o ator. Numa dessas perseguições, Cruise pilota uma moto por entre touros, durante uma corrida de rua desses animais, na Espanha. A ideia, segundo o ator, era fazer um filme sobre um super-agente. Portanto, é natural supor que ele escape de situações de formas surreais. Algumas delas são inverossímeis, mas tanto o diretor James Mangold quanto o próprio Cruise acham normal. Dessas tais habilidades do personagem, pouco ou quase nada é explicado da trama.
Para divertir Um exemplo de algo mal explicado - mas muito divertido - do filme é uma tal droga tranquilizante que o personagem de Cruise dá para Diaz. Em partes da ação, ela está sonolenta, sem saber o que está acontecendo. Num momento, ela acorda na Europa oriental. No outro, está numa pequena ilha no arquipélago português de Açores. "Tem tudo que gosto no cinema", justifica o ator. Outra incoerência é a forma como a personagem de Diaz lida com as armas e direção defensiva. Garota tranquila e do interior, preocupada apenas em não perder o casamento da irmã, ela consegue escapar, de forma atabalhoada, de uma saraivada de balas e ainda troca tiros com terroristas e agentes do FBI. Para curtir Encontro Explosivo, a dica é se deixar levar pela loucura do roteiro e pelas aventuras da dupla. Fazendo isso, dá para sair da sala do cinema com um sorriso no rosto. Esta é a segunda vez que Tom Cruise e Cameron Diaz contracenam juntos. A outra foi em 2001, no filme Vanilla Sky, quando eles interpretaram um casal que vivia uma crise de identidade.
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