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Amor com direito a muitas escalas

Qual a chance de um romance dar certo entre uma garota que mora em São Paulo e um rapaz de Manaus, no Amazonas, extremo norte do País? Haja paixão e persistência, não é? Essa é a corajosa premissa de 'Amor à Distância', comédia romântica estrelada por Drew Barrymore

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Por Redação
Atualização:

Trailer de 'Amor à Distância'

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FERNANDA BRAMBILLA

Qual a chance de um romance dar certo entre uma garota que mora em São Paulo e um rapaz de Manaus, no Amazonas, extremo norte do País? Imagine os gastos com passagens aéreas, a logística complexa de combinar feriados e folgas nos trabalhos, e, tão importante quanto tudo isso, a disposição de matar a saudade de meses via blackberry e internet. Haja paixão e persistência, não é? Essa é a corajosa premissa de 'Amor à Distância', comédia romântica estrelada por Drew Barrymore, que estreia hoje nos cinemas.

Aqui, a presença e o charme da loirinha é o grande mérito da produção. Aos 35 anos, Drew Barrymore tem hoje uma carreira sólida como atriz, produtora e diretora, e um longo histórico de comédias românticas no currículo. E se na recente safra de títulos desse tipo o que se tem visto são derrapadas de atrizes como Jennifer Aniston ('Caçador de Recompensas'), Katherine Heigl ('Par Perfeito') e Jennifer Lopez ('Plano B'), Drew Barrymore ainda segura a onda. Ajuda o fato de contracenar com Justin Long, ator com quem vive um romance de idas e vindas fora das telonas (e que lembra um Keanu Reeves de alguns anos atrás), o que fortalece a química entre eles em cena.

Além disso, a trama não sofre do exagero de fantasia comum aos títulos recentes do gênero. Ela, Erin, ainda é estagiária de um jornal de Nova York, apesar de ter mais de 30 anos. Ele, Garrett, é um produtor musical que teria o trabalho mais legal do mundo se não precisasse dedicar-se às vontades da indústria e à promoção de fenômenos pop efêmeros e artificiais. A boa dose de realidade, então, serve de empatia: nenhum dos dois está numa posição invejável na carreira, não têm planos definidos ou uma conta bancária abastada. Nada mais comum.

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E o primeiro encontro, nada romântico, acontece numa disputa de videogame num bar de Nova York, em que ela mostra-se muito mais habilidosa do que o rapaz. Sem muita expectativa, os dois se aproximam e, despretensiosamente, algumas cervejas a mais depois, têm a primeira noite juntos, ao som de 'Take my Breath Away', trilha sonora melosa que o amigo de Garrett, Dan (Charlie Day) escolhe para os dois. Começa aí um romance promissor.

Quando o estágio de Erin termina, semanas depois, ela decide voltar para casa, em São Francisco, e terminar os estudos, e os dois se comprometem a manter a relação.

Enquanto estão separados em pontos extremos das costas dos Estados Unidos, porém, os amigos também ajudam a levar adiante o filme. Do lado de Erin, a divertida Christina Applegate (que participa do seriado 'Samantha Who?', do canal a cabo Sony) é Corinne, irmã protetora que não tem muita confiança em Garrett e não facilita a vida do rapaz quando ele faz uma visita à namorada.

Os grandes amigos dele, Dan e Box (Jason Sudeikis), preferem fazê-lo alvo de suas piadas e até o convencem a uma sessão de bronzeamento artificial antes de viajar a São Francisco. Nas conversas de bar entre eles, vale ressaltar, sobram piadas escatológicas e sexuais de gosto duvidoso, uma tentativa forçada de fazer rir à qual o filme nem precisaria apelar.

Desafiando as piadas, o ciúme dos colegas de trabalho e a descrença dos familiares sobre o namoro à distância, Erin e Garrett se mantém unidos por telefone, trocando e-mails, mensagens ao celular e visitas breves, mas intensas. Os dois juntos funcionam, se gostam, compartilham gostos musicais, mas em algum ponto a decisão é inevitável. Um deles terá de abrir mão de trabalho, casa e cidade para que possam, enfim, apostar as fichas num relacionamento de verdade e de perto, com os problemas de todos os casais.

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