A exposição inédita Man Ray em Paris chega na semana que vem, 21 de agosto, em São Paulo.
Os simplistas o classificam como dadaísta. É muito mais que isso.
Pioneiro no spray, pintura, fez do corpo arte, ao criar uma lendária personagem feminina para Duchamp; vestiu-se de mulher para ele, como a enigmática Rrose Sélavy (c'est la vie).
Como Duchamp, foi adepto do ready-made, em que objetos do cotidiano viram obra de arte.
Fez colagem, pintura, filmes surrealistas ao estilo Buñuel e Dali, e fotografia; numa técnica chamada solarização, invertia parcialmente os tons da chapa. Entre elas, O Violino de Ingres, que esteve na primeira exposição surrealista com Miró e Picasso em 1925, e Lágrimas [acima].
Fotografou seus vizinhos Picasso, Tristan Tzara, James Joyce, Gertrude Stein, Jean Cocteau, Salvador Dali, Peggy Guggenheim, Artaud.
A exposição ocupará salas do CCBB-SP. Ao todo, 255 obras: objetos, vídeos, fotografias e serigrafias no período em que o artista americano, como todos, viveu entre 1921 e 1940 em Montparnasse, na barata e eletrizante Paris (é uma festa).
A curadoria da mostra é de Emmanuelle de L'Ecotais, que fica até 28 de outubro.
Os filmetes estarão espalhados pelo segundo e terceiro andar.
Como Les Mystères du Château du Dé, de 1929.
O famoso L'Etoile de Mer, de 1928
Emak Bakia, de 1926
E Le retour à la raison, de 1923.