Marcelo Rubens Paiva
17 de fevereiro de 2009 | 10h46
Hoje, amanhã e quinta-feira (dia 19/02) são os últimos três dias para se assistir à NAVALHA NA CARNE, de Plínio Marcos, em cartaz no porão do Centro Cultural São Paulo (às 21h).
Com a trinca de amigos Gustavo Machado, Paula Cohen e Gero Camilo. Direção de Pedro Granato.
Chance de ver ou rever o cafetão Vado (Gustavo Machado), que descobre que o michê do programa de Neusa Sueli (Paula Cohen) não foi repassado. Ambos suspeitam que o roubo foi praticado por Veludo (Gero Camilo), homossexual e faxineiro da pensão, e o humilham sem dó.
Para muitos, é o melhor texto de Plinio, autor autodidata que se considerava semianalfabeto e comia de favor no Gigetto. Só não morreu na miséria, pois a FUNARTE comprou sua obra para editá-la.
Plinio Marcos é, junto com Nelson Rodrigues, o maior dramaturgo brasileiro. Sua obra reflete os conflitos e dramas vividos pelo brasileiro pobre, excluído, presente nos cortiços e submundo dos centros urbanos.
Era um cara de coração grande, que deixa muita saudade. Amigo provocador, que falava o que pensava, que desagradava (chegou a ser proibido na TV Cultura), mas que tinha uma generosidade incomum. Um brasileiro que faz falta ao Brasil.
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