Nenhuma grande estrada foi inaugurada. Nenhum aeroporto, trem.
Dois estádios saíram do papel. Três. Tem o do Grêmio. O primeiro a ser inaugurado. E que não está na COPA. Coisas do Brasil.
Um deles é o MINEIRÃO, do eterno candidato mineiro que não sai do Rio de Janeiro, Aécio, e da banda Jota Quest, que discursou com Dilma na inauguração, deixando Skank e Patu Fu furiosos, e o Clube da Esquina na esquina do esquecimento. Custo: R$ 695 milhões.
Kleiton & Kledir, assim como Engenheiros da Hawai, não tocaram na inauguração do estádio de PoA. Porque o forte lá é a Literatura. Eduardo Peninha cantou Legião Urbana com um violão, acompanhado de Galera, Laub, Fabrício Carpinejar. Depois cantaram o hino. Do Rio Grande do Sul.
L. F. Veríssimo, colorado doente, preferiu ser internado numa UTI a ouvir menção à inauguração do estádio do time rival.
Dizem que trocou o mantra "foi pênalti no Tinga" para "não liguem a TV".
Aliás, estádio agora se chama arena.
Busão agora se chama BRT.
Obras de mobilidade urbana serão, curiosamente, inauguradas depois da Copa- coisas do Brasil- como o trem-bala, o monotrilho Congonhas e trem de São Paulo - Guarulhos. Torcedores continuarão a pagar mais de 150 pratas por um táxi entre Guarulhos e Centro. Se cobrarem o que manda o taxímetro.
Aliás, 2013 será o ano em que faltará um ano para a Copa do Mundo.
REBELO continua garantindo os prazos. Puxa, se REBELO falou, podemos dormir tranquilos.
Seu colega, GUIDO MANTEGA, não acertou UMA projeção de crescimento neste ano.
Dizia que cresceríamos 3%, crescemos 1%. Incrível como um cara desse não é demitido.
Imagine se, na sua empresa, o gerente financeiro erra todas as projeções...
2012 foi o ano em que 210 anos de história viraram história, Dona Canô e Niemeyer, ano em que a Classe C descobriu o SUV, o LED, o tablet, as férias na Serra Gaúcha, a neve em SC, os atrasos em aeroportos, perda de bagagem, fila na entrada e nos táxis, atrasos nos vôos, cancelamentos inexplicáveis, e sentiu saudades das rodoviárias.
Aliás, 2013 será o ano em que não falaremos da ascensão da Classe C. Já que tudo será uma mesma classe. C.
Da família Diniz, em briga com Casino [se lê "Casinô"], a Eike Batista, que venderá rifas de sua petrolífera falida para pagar o amassado no para-choque do "Pois É" do filho.
2012 foi o ano em que japonês aprendeu a falar "vai culíntia", "desce polcoo" e "chupa Chelsi".
Foi o ano em que a apagadinha da Sandy virou furacão, uma catarina leiloou a virgindade, pelo preço de uma empresa de Eike Batista, Camaro Amarelo virou sinônimo de carro brega sertanejo universitário, e o Uruguai, sim, aquele país vizinho com menos gente do que o ABC paulista e uma economia do tamanho de Osasco, se tornou o país mais moderninho do Cone Sul.
O ano em que os paulistanos se livraram de Kassab, o pior avaliado prefeito já eleito e o que mais escureceu a cidade. Ou melhor, ergueu sombras.
O problema agora é saber o que fazer com as torres de escritórios de mais de 30 andares e shoppings enormes construídos em ruas sem saída, praças, parques e bairros tombados. E como reconstruir casarões históricos demolido. E melhorar o trânsito. Prefeito que conseguiu deixar os relógios da cidade apagados durante toda a sua administração. Talvez uma tática para não vermos o tempo passar, e a temperatura subir.
De minha parte, glicemia aumentou, colesterol baixou, juntas endureceram e continuo teimoso a ser o único da família a usar PC, considerar Steve Job o maior vilão do mundo contemporâneo e achar que Bill Gates era fogo de palha.
Continuo lendo [e lançando] livros em papel. E contando com família, amigos e amigas gatas para divulgar [que não revelam o cachê].
Fui ver filmes no cinema [fazendo cinema]
Sonhando com novidades tecnológicas
Viciado em [fazer] teatro
E me surpreendendo a cada dia. Boas férias. Em fevereiro volto. Já que o mundo descobriu que os Maias é que erraram e se acabaram antes.