Acho divertida a obsessão da fotógrafa Alison Jackson em imaginar a verdade.
É o retrato de tempos em que boatos se espalham pelas redes como fatos.
Não sei se é isso que ela pretende, mostrar um mundo que pode ser recontado pela tecnologia de redigitalização de imagens: a Era do Photoshop.
São hilárias suas fotos de mentira da Rainha da Inglaterra no banheiro, e seus netos aprontando pela Corte, de George Bush e Tony Blair numa sauna, Lewinsky acendendo um charuto para Bill Clinton...
O problema é que usar dublês e flagrar, como uma paparazzi, momentos da história que não foram registrados, reinterpretando-a, leva milhões a acreditar que o que veem até aconteceu, mas não seu registro.
Diz elas: "A fantasia toca a realidade. O espectador fica suspenso no descrédito. Tento focar a relação psicológica entre o que vemos e imaginamos. Revela nosso voyeurismo e necessidade de acreditar."
Seu trabalho gera controvérsias.
Fura bloqueio entre público e privado.
Para polemizar mais, tem gente que acredita que foi flagrado o encontro entre JFK e Marilyn [quando na verdade muitos dizem que foi o irmão Bob o amante da bombshell].
E compartilha a foto como se fosse verdade.
O mundo está confuso...
Hoje em dia, verdade é o que foi postado, muito compartilhado e curtido.
Redes sociais ditam o que é a verdade.