W. Bush entrou no Iraque com maciça aprovação da opinião pública americana, especialmente da grande imprensa, sem a coalisão do pai na guerra anterior.
Para caçar Saddam Hussein, que virou o bode-expiatório dos ataques de 11 de Setembro.
Destruiu o que restava de caldo institucional autoritário.
Demoraram para sair de lá.
E quando insistia na pergunta "o mundo não está melhor sem Saddam?", hoje podemos responder com precisão: "Não!"
Tirou a Al-Qaeda do protagonismo e deu território, aliados, commodities (petróleo) e armas deixadas para trás [até o simbólico Humvee, o jeep Hummer H1 da GM, estrela que conduziu a tropa até Bagdá], para um monstro maior, o Estado Islâmico.
Na Líbia, para caçar Muamar Khadafi, dessa vez os EUA conseguiram a adesão dos relutantes franceses.
Destronaram o ditador aliado de terroristas.
Seguiram atrás de terroristas no Mali.
Hoje, outra região riquíssima em petróleo está na mão da anarquia. Com o ISIS passeando pelas dunas.
Resta a pergunta: existe então ditadura do bem?
Claro que não.
No mundo do terrorismo em larga escala, muita gente se pergunta se a transição de regimes como os de Saddam [como Osama bin-Laden, financiado décadas antes pelos EUA] e Khadafi para uma democracia ocidentalizada é possível seguindo as antigas teses da ciência política.
O conceito de ditadura necessária do capitalismo [política externa dos americanos e aliados europeus], que contaminou até os países da América Latina nos anos 1960-70-80, criou o espírito do homem-bomba.
Antes tivessem apostados na política da democracia necessária.