Marcelo Rubens Paiva
18 de setembro de 2013 | 10h52
Vem aí o filme brasileiro do ano, AMAZÔNIA, dos irmãos Gullane.
Encerrou o Festival de Veneza e causou um frisson.
Será daquelas produções brasileiras com megassucesso aqui e lá fora, aposta o mercado.
Coprodução da Gedeon Programes, France 2 Cinema e Imovision, em associação com Canal +, o filme de Thierry Ragobert tem roteiro de Luiz Bolognesi [BICHO DE 7 CABEÇAS], Johanne Bernard, Louis-Paul Desanges e Luc Marescottem.
Tem consultoria do fotógrafo Araquém Alcântara, das maiores autoridades sobre a floresta: http://www.araquem.com.br/
E dois diálogos:
“Tchau macaquinho.” – no começo do filme.
“Olha, um macaquinho.” – no final.
Não é animação. Foi filmado em 3D, durante 3 anos.
Um macaco prego de estimação, KONG, com um colar vermelho, é embarcado num avião que cai sobre a Amazônia. É o único sobrevivente.
Enfrentará cobra, águia, onça, e terá de aprender a conviver com outros macacos.
Através dele, com imagens reais, serão desvendados os mistérios da fauna e da flora, num dos maiores registros documentais sobre a Floresta Amazônica. Ao final, o dilema entre a selva e a civilização.
Abrirá o do Rio de Janeiro agora no final do mês.
Se prepare.
Escreveu um dos produtores, Caio Gullane:
Há mais de vinte anos, fui convidado por um amigo de infância para subir o PICO DA NEBLINA… perguntei onde ficava isso e ele disse que não sabia direito, mas sabia que era o pico mais alto do BRASIL, ou um dos mais. Fiquei, claro, muito animado e motivado. Desde o começo de nossa adolescência gostávamos de viajar entre amigos pra lugares naturalmente maravilhosos.
Naquele tempo, cheguei a conhecer diversos parques nacionais, cachoeiras, rios, praias, cavernas, montanhas … uma intensa faculdade da vida – corporal, mental, sentimental e, por que não, espiritual.
Com esse “Curriculum” todo, resolvi de bate pronto aceitar a proposta e, na mesma hora, disse ao meu grande amigo:
– VAMOS!!! quando? quanto gasta? com quem? quanto tempo? COMO?
Juntos, fomos criando as respostas pra transformar em realidade a ideia de subir o PICO DA NEBLINA. Acabei convidando também o Fabiano, meu irmão e sócio, que aceitou o desafio. Fomos os três.
Foram então dois meses de viagem na Amazônia:
– 2 dias pra chegar em Manaus, entre ônibus e carona de avião;
– 2 dias em MANAUS, onde conquistamos o apoio para a viagem com o Ibama já que, naquele tempo, só garimpeiro e exército subia até o topo;
– 6 dias subindo o RIO NEGRO dentro do ASA BRANCA (um finado barco de passageiros e carga);
– 1 dia de passagem por São Gabriel em carona de caminhão com exército até o Igarape (rio pequeno);
– 4 dias no Tucano subindo de voadeira (pequeno barco de alumínio);
– 22 dias andando com minha casa/mochila nas costas (com comida, rede e lona) pra subir e descer aquela maravilhosa Floresta. Nem no Horto Florestal de SP eu vi tanta orquídia como naquela trilha! Subimos até o cume do pico, onde assinamos o livro que fica embaixo da bandeirinha do exército;
– 2 dias de descanso em São Gabriel para sarar de uma febrinha corriqueira (talvez uma malária fraquinha);
– 4 dias na região do RIO SOLIMÕES (fomos de avião);
– 8 dias descendo o rio AMAZONAS até Belém, com direito a diversas paradas (Parantins, vilarejos e tal);
– 4 dias na região de BELÉM com direito a ALGUDOAL, uma praia próxima a Belém, paradisiaca;
– 4 horas de Avião para a PAULICEIA DESVAIRADA
E não é que deu tudo certo???
Se eu não me engano, o monte Roraima é o pico mais alto do Brasil, mas pra mim quando meu amigo falou “vamos escalar o Neblina? – é o pico mais alto do BRASIL!”, ali nascia um desejo gigante e desafiador… tanto faz se na régua é o primeiro ou segundo pico mais alto.
Alguns anos atrás, nasceu outro desejo e desafio: o de fazer um grande filme sobre a Amazônia. E pensamos: quando? quanto gasta? com quem? quanto tempo? COMO?
A saída foi juntar Franceses e Brasileiros para apresentar a Amazônia de dentro, com seus grandes e minúsculos animais, rios, árvores, cahoeiras, montanhas e algumas surpresas também…
Trata-se da filmagem que acabamos de iniciar, nosso projeto AMAZôNIA – PLANETA VERDE, uma coprodução com a França para a realização de um longa-metragem em 3D em que percorreremos a Amazônia pelo ponto de vista de um Macaco.
Foi uma verdadeira caminhada até aqui. Roteiro, financiamento, estratégia 1,2,3,4 … operação-preparação e, agora, filmagem. Está indo bem e aprendi a pensar: Vai dar tudo Certo!
São mais de 100 pessoas, 7 câmeras, 40 veículos etc e tal… e o importante é ver e ouvir a natureza. Acho que será um belo filme que vai proporcionar boas sensações em 3D para toda a família.
Anos depois, de volta à Amazônia
Muito bom deixar nascer os desejos e desafios…
Selva!
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E vem aí, com roteiro do meu parceiro LUSA SILVESTRE, a incrível história do roubo da Jules Rimet.
Esperem até ano que vem. Prodigo Filmes, direção do Caito Ortiz
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