Marcelo Rubens Paiva
07 de abril de 2010 | 19h06
Inacreditável o que acontece no Rio.
Passei lá a “paiscua”. Enquanto os amigos de São Paulo reclamavam da chuva e do fio do feriadão, lá deu praia.
Sexta e domingo percorri toda a orla do Leblon e Ipanema sob sol. Tomei água de coco, comi biscoito Globo.
O mar estava verde transparente, uma raridade. Viam-se conchinhas na areia.
Encontrei amigos que há 30 anos não via. Colegas da UNICAMP.
Até minha amiga LAURA MURRAY, diretamente de Nova York, estava lá.
Na segunda-feira de manhã, uma chuva chatinha caiu. Mas logo abriu o sol.
Às 15h, no táxi para o aeroporto, pedi para ir pela orla, e lamentei ter marcado meu voo cedo, pois deu praia de novo. Em Copacabana, o mar parecia uma lagoa, de tão calmo. Nem trânsito tinha.
Deveria embarcar às 16h. Mas atrasos por causa da chuva matinal anunciaram o caos. Entrei no avião apenas às 19h. Uma chuva torrencial desabou. Escutavam-se os pingos castigando a fuselagem. O piloto informou que o aeródromo, como eles chamam a pista do aeroporto, fechara.
Esperamos mais uma hora dentro do avião.
Então, ele se movimentou. E em minutos decolamos.
O voo foi um dos mais tensos. Uma turbulência exagerada nos pegou. Ventos e nuvens. Era a tempestade a caminho do Rio. Era o desastre chegando, caos anunciado.
Foi o último voo a sair do Rio.
E desabou. Triste.
Um cenário que nada tinha a ver com a paisagem e calma de horas antes.
Vivemos isso em São Paulo nestes meses.
Não é apenas o El Nino. Há algo de errado com o planeta. O bicho tá pegando…
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