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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Netflix versus HBO e governo brasileiro

Atualização:

 

Uma guerra fria é declarada entre as melhores empresas de conteúdo da TV on demand, Netflix versus HBO [correndo por fora, a AMAZON, que já anunciou a contratação de WODDY ALLEN].

Ambas anunciam investimentos milionários no gênero que domina o mercado, a série.

Fazem parcerias, produzem conteúdo próprio, emprestam a frequência para exibir produções de outras empresas, contratam os melhores do mercado, criam escola.

E anunciam coproduções com o mercado brasileiro.

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HBO está há anos na frente, inclusive com parcerias no Brasil.

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Erra e acerta a cada temporada.

Se errou feio na segunda temporada de TRUE DETECTIVE, decepcionante thriller sem o mesmo apelo psicológico e charme da primeira e sensacional temporada, volta a acertar com a estreia neste fim de semana de SHOW ME A HERO, do criador de The Wire e Treme, David Simon, com o diretor Paul Haggis, de Crash.

SHOW ME A HERO lembra The Wire, por tratar da segregação de negros e latinos em grandes centros urbanos.

Homenageia o simbólico sofá no meio de um condomínio popular de The Wire e aponta um dilema já no primeiro episódio capaz de viciar os fãs do gênero: um jovem prefeito destrona um velho cacique político graças a um mal-entendido do eleitorado.

HBO ainda exibe para os fãs babarem os anúncios de VINYL, para 2016, série sobre a indústria fonográfica de Nova York, de Scorsese com Mick Jagger, com roteiro de Terence Winter [Soprano, Boardwalk Empire], e da segunda temporada de THE LEFTOVERS.

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E vem aí o genial THE KNICK, segunda temporada da série do Soderbergh [Cinemax].

Já no NETFLIX, vídeo por streaming, que começou bombando com HOUSE OF CARD, encontra-se escondida e sem a badalação no Brasil a série em 13 episódios BLOODLINE.

Já considerada por muitos como a série mais bem escrita em cartaz no NETFLIX, estreou em março de 2015.

Coproduzida pela SONY, ela aborda a conflituosa família Rayburn, dona de um resort paradisíaco em Key West, Flórida, cujo filho pródigo, um delegado de polícia, vê-se investigando o irmão e filho-problema, um traficante local.

Com elenco de primeira: SAM SHEPARD, SISSY SPACEK, KYLE CHANDLER, LINDA CARDELLINI [a Silvia, de MAD MEN] e a sumida CHLOË SERVIGNY, atriz que explodiu em KIDS e ganhou uma tranca na geladeira, depois de filmar uma cena de sexo oral com seu namorado, Vicent Gallo, no filme THE BROWN BUNNY.

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Mas deu no caderno LINK que, por pressão de radiodifusoras, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, quer enquadrar o Netflix com regras de regulações nacionais, exatamente quando o serviço de vídeo por streaming anuncia as primeiras produções brasileiras para 2016.

Para Berzoini, "o Netflix já ultrapassou em faturamento a Rede Bandeirantes e a RedeTV! e não gera praticamente nenhum emprego no País".

"Se a lei da TV por assinatura gerou milhares de postos de trabalho, esse tipo de serviço subtrai empregos do País".

Para o ESTADÃO a Netflix disse que está baseada no País e "paga todos os impostos devidos".

Ainda aguarda decisão da Ancine sobre obrigatoriedade de serviços online terem que pagar a taxa Condecine, Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional.

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Esperamos que se acertem logo.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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