Escritor tem essa vantagem. Nos pagam, não muito, para exorcizarmos. Mas, se a terapia surte efeito, é outra história.
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Sobre o filme FIEL:
1. Minha amiga Pena, palmeirense, foi com o marido Motta, corintiano, assistir ao filme sobre a saga do Corinthians. Se envolveu com a história. Acompanhou os depoimentos, foi pega pela trama. No entanto, nos momentos cruciais, enquanto o marido chorava, ela ria por dentro. Cutucava-o e dizia: "Já passamos por isso".
Futebol é superior a tudo. Torcer é uma paixão que foge à compreensão. A linguagem do cinema foi incapaz de conduzi-la ao seu propósito. Que lição... Viva o futebol!
2. No sábado, no Shopping Frei Caneca, as sessões do FIEL lotaram. Na fila de ingresso, havia uma multidão com a camisa do Corinthians misturada ao público de outros filmes, pacificamente. Um sujeito, com a camisa do Palmeiras, estava entre eles. Não foi importunado. Nenhuma balburdia. Era uma fila de cinema, não uma arquibancada. Intessante paradoxo.
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Na ida para Cotia, em carreata, para a festa da atriz e amiga Paula Cohen, cruzamos com uma passarela chamada Zé da Silva. Meu amigo Rui Mendes riu. "Pretenderam homenagear a metade da população?"
De fato, os responsáveis pela obra puderam justificar na eleição posterior que a maioria dos eleitores foi homenageada na obra sobre a estrada Raposo Tavares. Sabedoria política.