A cada dia, o brasileiro se surpreende com as diferenças de ganhos e auxílios entre alguns juízes, promotores e quem os sustenta, o contribuinte comum.
A cada dia, é difícil compreender como a lei exige um teto salarial, mas alguns juízes e promotores, com penduricalhos inexplicáveis, apesar de legais, ultrapassam os limites éticos e morais.
É um Estado dentro de outro.
Um Estado paralelo.
Seus salários são pomposos. São bons, dignos, justos.
Alguns requisitam auxílio-moradia, mesmo morando no mesmo local em que trabalham.
Outros ganham auxílio-educação para seus filhos de até 22 anos.
Ganham carros, dão carteiradas, têm camarotes e lugares cativos em teatros, estádios.
E sabe-se lá o que mais ganham: auxílio-beca, auxílio-barbearia, auxílio-manicure, assistentes, caronas em jatinhos, convites a recepções, viagens, festas nababescas.
São uma casta sobre a miséria e a desigualdade social.
São uma elite sobre um povo sem saúde e educação dignas.
Como membros de um politburo, ou aristocratas numa monarquia falida, criaram uma classe intocável, a que todos temem, e que se mantém firme com seus privilégios legais mas imorais através das ameaças e do poder.
Um juiz pode impedir a circulação de jornais, até bloquear uma rede social.
O que já fizeram.
Constantemente, um ministro do Supremo ameaça processar jornalistas e personalidades que o criticam ou investigam seus negócios e relações promíscuas com outros poderes.
Tem um escritório de advocacia contratado para isso.
Processou alguns. Ganhou, numa equiparação de poder desigual.
Esta elite da elite defende seus direitos.
Não justifica seus privilégios.
E causa um rombo no orçamento que é grave e só aumenta.
Quem dará um fim nisso?
Quem tem coragem para dar um fim nisso?
Talvez os éticos do próprio Judiciário, juízes e promotores sensíveis às dificuldades do país, que não são poucos (nem poucas).