Marcelo Rubens Paiva
20 de março de 2016 | 20h19
Hoje foi dia de Fla x Flu no Pacaembu, pela Taça Guanabara.
O autêntico, o do futebol, que deveria inspirar o genérico, o da política.
O jogo foi fraco, devagar, sem lances decisivos, como as reuniões do Conselho de Ética e Decoro da Câmara.
Os dois times pareciam satisfeitos com o empate.
Mas a organização, que misturou as duas torcidas na arquibancada laranja, é um exemplo.
Inspirador.
Apesar de estarem em menor número, pois o mando de campo era do Flamengo, torcedores com a camisa do tricolor carioca circulavam numa boa entre torcedores com a rubro-negra.
Fora e dentro do estádio [o que dá guerra entre torcidas paulistas].
Na arquibancada laranja, misturaram-se.
Nada de hostilização.
Vi flamenguistas orientaram educadamente onde era a entrada do Tobogã para dois torcedores do Flu; onde se concentrou a massa tricolor.
Vi um flamenguista de dois metros de envergadura esbarrar sem querer num pó de arroz com dois e vinte. Pediram desculpas efusivamente um para o outro.
Vi namorado tricolor com namorada flamenguista, amigo tricolor empurrar cadeirante flamenguista.
Quem dera fosse assim também no Fla x Flu da política.
A nota estranha: a torcida do Flamengo quem puxou “ei, Dilma vai tomar no c*” e “fora PT!”, assim que tocou o hino nacional. Torcida de vermelho do time do povo.
A organização em parceria com a equipe de apoio do time São Paulo funcionou.
A cariocada se perdeu um pouco, levou muito bebê [no Pacaembu não é recomendável], queria se sentar no lugar marcado [o estádio não é padrão Fifa].
Mas logo se acostuma.
Trinta mil pagantes [tinha na verdade muito mais], mesmo com cambistas cariocas e renda de mais de R$ 1.374.375, devem servir para a Federação Carioca ouvir o clamor: queremos mais.
Podem vir!