O governo do Maranhão lança o selo Quilombos do Maranhão.
O único estado brasileiro governado pelo PCdoB, reeleito em 2018, lançou oficialmente um selo que atesta a origem e qualidade de produtos oriundos de quilombolas.
O estado é governado por Flávio Dino, advogado e ex-juiz federal, que ganhou o segundo mandato com 60% dos votos válidos numa coligação inédita entre PCdoB, PDT, PRB, PPS, PTB, DEM, PP, PR, PTC, PPL, PROS, AVANTE, PEN, PT, PSB e Solidariedade, para derrotar o clã José Sarney.
Enquanto alguns querem o seu fim, o Maranhão é um dos estados que mais reconhecem comunidades quilombolas (24% do país): são 682 comunidades certificadas, enquanto no Brasil todo são 2.847 quilombos certificados.
A cerimônia de lançamento foi na sede do governo, Palácio dos Leões.
"É um selo de referência em relação à origem social e também à qualidade. A partir de amanhã [hoje], todas as comunidades quilombolas que têm produção local podem nos procurar para serem acompanhadas pela inspeção estadual, federal e municipal", disse o secretário de Igualdade Racial (Seir), Gerson Pinheiro.
O selo foi instituído por decreto estadual: fruto da ação conjunta entre a Seir, Direitos Humanos e Participação Popular, Agricultura Familiar e do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão.
A comercialização dos produtos será feita em lojas, barracas e através de ambulantes autônomos.
Também na ocasião, o titular da Seir anunciou a organização de um grupamento militar, Patrulha Negro Cosme, formada pela Secretaria de Segurança, para proteger comunidades quilombolas, combater e intolerância religiosa e conflitos agrários.
Negro Cosme, o Cosme Bento das Chagas, foi um líder quilombola no Maranhão e da Balaiada, revolta que chacoalhou o estado entre 1838 e 1841. Chegou a comandar nos anos 1830 um exército de três mil revoltosos. Foi enforcado em 1842 em Itapecuru.