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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Enfim um filme sobre gênio do Beach Boys

Atualização:

 

 

Enfim um filme sobre BRIAN WILSON, o gênio da banda Beach Boys, que influenciou os Beatles e mudou o rock para sempre.

Vem aí Love & Mercy.

Nos anos 1960, a carreira dos Beach Boys andava muito bem, obrigado.

Firmava-se como a maior banda de rock dos Estados Unidos.

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Retratava a euforia da geração do pós-guerra, o deslumbre do domínio americano na geopolítica, o boom do consumo de massas.

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Enquanto o mundo estava em relativa paz, a garotada queria surfar, dançar, paquerar, com suas roupas tom pastel, seus cabelos penteados, num raro momento sem grandes senoides econômicas e baby boom.

Jazzista, quem surfava mesmo e deu o tom da banda era seu irmão Dennis. Fizeram sucesso no I Get Around e muitas músicas sobre surf:  Surfin, Luau, Surfer Girl, Surfin' Safari.

Depois, veio o mega hit Surfin USA...

A imagem a banda estava printada e acomodada no surf music.

Até chegarem os Beatles. Mais especificamente, o disco Rubber Soul.

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O que (alguns acreditam) levou o gênio por trás dos Beach Boys, o tecladista, compositor, arranjador BRIAN WILSON, fundador da banda, a um misto de loucura, idolatria e inveja.

Pouco a pouco enriqueceram a melodia, a harmonia e as letras.

Brian, com Tony Asher, decidiu superá-los, e produziram em 1966 o disco Pet Sounds.

Conseguiram. O público não entendeu. O outro lado do Oceano, sim.

O disco fez os Beatles, Rolling Stone e The Who correrem atrás da revolução que se anunciava na música, reinventarem-se, utilizarem as armas do psicodelismo. Viraram fãs de Brian.

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Os ingleses devolveram com Sgt. Pepper's.

BRIAN pirou de vez com Smile, disco que nem concluiu, mas cuja música Good Vibrations deu uma guinada no rock mundial.

Rolling Stone tachou em 2004 Pet Sounds como o 2º. melhor álbum de todos os tempos, depois de Sgt. Pepper's.

Beach Boys nunca conseguiu superar seus rivais ingleses em vendas, nem a aposentadoria forçada de Brian.

Gênio ou louco?

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Os ataques de esquizofrenia de Brian, que agora se sabe, não tinham nada a ver com os Beatles, mas já vinha da infância, detonaram a sua carreira exatamente no momento mais inspirado.

Vivia o auge criativo com delírios.

Pelo trailer que saiu agora de Love & Mercy, acompanhamos o inferno pelo qual passou.

Paul Dano, que sempre faz papel de maluco (e canta no filme), é Wilson na fase em que formou a banda com os irmãos Carl e Dennis, o primo Mike Love e um colega de escola, Al Jardine.

A loucura chega quando o colapso mental ganha um aliado, o LSD.

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John Cusack é Brian já aposentado nos anos 1980, vivendo o dilema de seguir cegamente seu psicólogo Eugene Landy (Paul Giamatti), ou sua amada Melinda (Elizabeth Banks).

Love & Mercy é dirigido por Bill Pohlad, cuja marca é produzir sucesso com prestígio, como O Segredo de Brokeback Mountain, Na Natureza Selvagem, A Árvore da Vida e 12 Anos de Escravidão.

O filme foi exibido no Festival de Toronto, Festival de Berlim e estreia nos Estados Unidos no dia 5 de junho.

 

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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