Marcelo Rubens Paiva
23 de fevereiro de 2009 | 15h55
Rio de Janeiro lotado. Sem uma gota de chuva. Blocos entopem as ruas. Acabei de cruzar com três deles pelo Leblon. Alegria e organização. São orientados por PMs, seguidos por garis e fiscais da prefeitura. Só tocam clássicos.
A cidade não tem banheiro químico suficiente. Colocam uns seis na concentração dos blocos. Como se ninguém bebesse nada no percurso. Mija-se nas calçadas, nas areias, nas árvores. Os bares agora dão pulseirinhas- só entra cliente no banheiro.
Vi um casal se preparando para trepar (no sentido figurado) atrás de uma árvore da Lagoa-Barra, uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Eles não se importariam se eu parasse e assistisse. Paixão aflora no verão.
A sensação da Sapucai foi a presença de Lula e dona Marisa. Por que chamamos Marisa de dona Marisa? Ruth Cardoso, saudosa, também era dona Ruth. Consideram as damas de seu Lula e seu Fernando as donas do lar?
Lula, mais o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes formam “a alança política que vem trazendo recursos para o Rio”. É a manchete da edição de hoje de O Globo.
Lula e Neguinho da Beija Flor foram as estrelas na transmissão da tevê.
A surpresa é que, desde Itamar, nenhum presidente colocou os calcanhares na avenida. O carioca FHC não se manifestou. E Lula, festeiro, esperou anos. Temiam uma modelete sem calcinha se aproveitar da falha da segurança? Dona Marisa não se desgrudou do seu Lula.
Vi uma gata alta, de boné e óculos escuro, atravessando apressadamente as mesas da Academia da Cachaça, um dos meus bares favoritos do Rio- o único em que garçons me chamam pelo nome. O que, para um paulista, é uma honra.
Soube depois pelo Anselo Gois que era Gisele Bündchen. A gata foi mijar. Perdão, urinar. Uma gata dessa não mija. Segundo o colunista, tem neguinho propondo o tombamento do banheiro.
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