Os milhões de votos foram para DILMA, pois ela soube conquistar e representar a herança lulista.
DILMA foi a eleita.
E ganhou de um candidato escolado.
Pela liturgia do cargo, especialmente sob o processo democrático insuspeito, ela merece o respeito de todos os brasileiros.
Sim, temos um presidente.
PALOCCI, ao seu lado, traz um certo alívio para o mercado, já que não haverá aventuras na economia.
SARNEY, no mesmo palanque, indica: não haverá muitas reformas no jogo político.
Foi uma das campanhas mais verbalmente violentas que já se viu.
Os marqueteiros pegaram pesado. Com LULA alimentando a fogueira, destoando da tranquilidade que o cargo deveria transmitir.
Em debates, gastava-se mais tempo negando o que era dito na propaganda eleitoral, do que apresentando projetos.
A privatização ou não da Petrobras e o aborto dominaram as discussões do segundo turno.
Ambos pregaram o continuísmo assistencial das bolsas família e estudantil. Tudo era prioritário, a agricultura, a natureza, a pesca, a saúde, a segurança, o emprego, a educação...
A maioria dos brasileiros quis DILMA.
Sua vontade deve ser respeitada.
O número de abstenção + nulo + branco é reflexo de que parte da população protestou contra a forma com que as campanhas foram conduzidas.
Já sabemos que programa partidário é deixado de lado após a posse.
Já sabemos que alianças que doem no estômago são necessárias para se governar.
Já sabemos que antigos clãs dão um jeito de tirar uma casca do Poder.
Já sabemos que a imprensa será acusada de imparcial.
Já sabemos que o mercado é que rege.
Já sabemos que as grandes reformas não virão, e que o pré-sal é nosso.
Já sabemos que tabus religiosos têm força, e que o câmbio flutuará.
Já sabemos que na nossa língua é PRESIDENTE DILMA, e não PRESIDENTA, e que ela tem maioria.
O que ninguém pode garantir é se será DILMA ou LULA o novo presidente.
Se a FICHA LIMPA vai pegar.
Se o trem bala sairá do papel.
Se o juro continuará o mais alto do mundo.
Se a violência urbana dará uma trégua.
Se a Justiça andará mais rápido, eliminando a sensação de impunidade.
Se TIRIRICA tomará posse.
Se a AMAZÔNIA virará cinza.
Ou seja, continuaremos com nossas dúvidas e certezas.