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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|O duro que damos

Atualização:

Eu aguardava esse filme ansiosamente. Sabia que era um dos melhores documentários já feitos, que pegava pesado, não fazia concessões. Me recomendavam, enquanto eu escrevia o roteiro do documentário FIEL, como um modelo a ser seguido.

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Sem contar que SIMONAL foi meu ídolo na infância, vivi e dancei as suas músicas, assisti comandar o Maracanazinho com meu pai em pé cantando e batendo palmas ["meu limão, meu limoeiro..."].

Tentei cópias. Toda vez que encontrava os amigos MAX DE CASTRO e SIMONINHA, eu pedia uma. Assisti ontem na estreia. Saí maravilhado. Não só eu, já que o público aplaudiu.

É uma catarse. Além da qualidade das imagens de arquivo, do som vibrante, das músicas que até hoje embalam as pistas, conta-se a história de uma das maiores injustiças já feitas a um artista completo, inocente, que ingenuamente, sintoma da sua prepotência, se envolveu com quem não devia.

Nunca acreditei que ele fora dedo-duro, entregava artistas, era agente do DOPS, como o acusaram nos Anos de Chumbo. Também sabia que "moro, num País tropical, abençoado por Deus", primeiramente gravada por Jorge Ben Jor, não era um hino ufanista da ditadura, apesar de usar os mesmos argumentos do regime, que buscava o contentamento popular através do lema "Brasil, ame-o ou deixe-o".

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A grande contradição do período é que, apesar do regime violento, autoritário, da censura, prisões e falta de liberdade, o Brasil vivia um deslumbre econômico, um desbunde cultural, a autoestima estava no pico, o sol brilhava nas lindas praias, a natureza regia, o futebol alegrava.

SIMONAL foi acusado de dedo-duro no auge do sucesso, depois de, onipotente, dar uma prensa no contador, com a ajuda de agentes do Dops. No Pasquim, tinha até um logo (um dedo negro) para ilustrar textos sobre ele.

Foi apagado da história. Nunca se reabilitou. Ia ver shows dos filhos escondido, para não prejudicá-los. Bebeu até morrer.

Tristes tempos aqueles. Que a história faça justiça a um dos maiores artistas brasileiros. E o cinema mostra o seu poder. Vida longa para SIMONAL!

*

Hoje estreia Fluidos - O primeiro longa-metragem ao vivo, o aguardado filme que dei em primeira mão aqui, experiência única- o público acompanhará numa tela de cinema uma gravação ao vivo de cenas que ensaiam há meses. Direção de Alexandre Carvalho. Roteiro de Alexandre Carvalho e Rodrigo Ribeiro. Com Amanda Banffy, Gus Stevaux, Laerte Késsimos, Silvia Pessegueiro, Tânia Granussi e Tatiana Eivazian. Produção da A.S.C. AUDIOVISUAL. E é grátis.

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Dias 16 (sáb), 24 (dom) e 30/05/09 (sáb) às 14h. Local: Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000)

Trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=hq55yNjSf AU

Ou no site: http://www.cinevivo.com.br/

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Em julho começam a rodar no Rio o longa MALU DE BICICLETA, baseado no meu livro de 2004 sobre um homem galinha que se apaixona por uma carioca, casa-se com ela e inicia um processo de ciúme doentio que corrói a relação.

Direção de Flávio Tambellini. O roteiro é meu. Surpresa: mudei o final da história, tida por muitos como pessimista e que entrega a hipocrisia do homem atual.

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Detalhe. Quem deu o título do livro foi MARIO BORTOLOTTO, que leu os originais, quando eu estava em dúvida de como chamá-lo, e o convoquei para missão, já que MARIÃO é especialista, entre outras coisas, em dar ótimos nomes para as suas obras.

Meu brother e parceiro MARCELO SERRADO fará o protagonista LUIZ. A revelação FERNANDA FREITAS fará MALU.

Aliás, ela foi flagrada por um paparazzi do site ego.com jogando futevolei na praia com o namorado:

http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1123845-9798,00-DE+BIQUINI+FERNANDA+FREITAS+JOGA+FUTEVOLEI+NA+PRAIA.html

Fiquei feliz ao ver a foto. Afinal, segundo o meu roteiro, MALU joga futevolei na praia, o que cativa LUIZ. Fernanda, quem não conheço pessoalmente e vi boquiaberto em cena na peça ENSINA-ME A VIVER, se prepara para o filme, deduzi.

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Insisti para que o filme tivesse atores de teatro, experientes, conhecidos- outros nem tanto, da cena indie paulistana.

Indiquei amigos. Alguns tiveram de ir ao Rio para fazer testes. Consegui emplacar a maioria. Como MARCO CESANA, NILTINHO, MARIA MANOELA, CACÁ MANICA, OTAVIO MARTINS e o MARIÃO em carne e osso.

Arrasem!!!

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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