Marcelo Rubens Paiva
13 de fevereiro de 2009 | 12h44
Meu amigo fotógrafo Rogério Assis convida para o lançamento da segunda edição da POROROCA, linda revista sobre a Amazônia, de que sou colaborador- para o primeiro número, fiz uma longa e emocionante entrevista com Milton Hatoum. É uma forma nova de se conhecer e olhar o Brasil.
Aliás, é para lá perto que estou indo daqui a pouco, para a estrear minha peça A NOITE MAIS FRIA DO ANO. Numa das cidades mais quentes do Brasil. Nos disseram que o arcondicionado do teatro (Theatro Fernanda Montenegro, com agá) está quebrado. Que beleza… Quero ver o elenco, com o figurino pesado, fingir que sente frio. Por isso, adoro o teatro e seus sacrifícios.
Por adorar teatro, indico a peça A MULHER QUE RI, texto comovente de Paulo Sontoro (de Gregor), baseado no conto de Móricz Zsigmond, agora no simpático e autêntico Teatro Fábrica, que retrata as lembranças de um jovem, que conviveu com a pobreza, o conservadorismo do pai e a saída que encontrou a mãe (louca ou sábia?): rir de tudo. Em debate, o conformismo. Com um elenco de primeira, e uma direção impecável, rimos e choramos de uma família que nos é comum e procura unir o núcleo, mas é separada pela fé e opções de cada um.
Mais uma. Em cartaz no Teatro Imprensa a peça DOIS IRMÃOS. Baseada na famosa obra de Milton Hatoum. História de dois irmãos de Manaus, que levam a vida de maneiras diferentes e contraditórias, um retrato existencialista da chegada da modernidade e dos rumos que o Brasil tomou; direção do completo Roberto Lage. É também uma maneira de encontrar a essência da literatura compleza e sensível desse grande autor amazonense, atual colunista-colega do Estadão.
Até a volta.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.