Marcelo Rubens Paiva
31 de maio de 2012 | 15h03
Arte do site www.overdrivers.com.br (blog de rock e comportamento)
Não entendi o auê por causa do show da LEGIÃO com Wagner Moura.
Todos mandaram muito bem, fizeram o que sabem fazer..
A trollagem no Twitter foi recorde. Esperavam o quê?
Que gente chata…
Quem ligou a TV ou foi ao Espaço das Américas queria esta união inusitada, não ver Renato holográfico ou cópia projetada.
Se quisessem fidelidade absoluta, que chamassem o ator Bruce Gomlevsky, que fez o espetáculo RENATO RUSSO, dirigido pelo meu amigo Mauro Mendonça Filho, e imitava a voz e os trejeitos do seu personagem com perfeição.
Falam que até eu critiquei. Critiquei nada.
Os caras são meus amigos há 30 anos.
Brinquei que queria ver se cantavam Eduardo & Mônica e Faroeste Caboclo sem cola. E que a plateia estava tão animada, e o coro tão forte, que nem precisava de vocal.
Era um tributo, ora, não a banda original.
RENATO MORREU. E quem viu, lembra, ele também desafinava.
Bonfá podia errar algumas passagens, Dado podia não ser perfeito, e o grande barato da banda eram as músicas.
Virtuosismo víamos nos shows dos PARALAMAS, IRA!
Da LEGIÃO queríamos a catarse e orgia poética, a ingenuidade das letras, o otimismo, a comunhão, em torno de um dos caras mais carismáticos e diferentes que já conheci.
Que idolatria doentia é esta que nem uma homenagem se pode fazer?
No mais, poucos sabem, mas MOURA canta bem, tem banda (SUA MÃE), faz shows, as músicas são ótimas; inspiradas no brega.
E há anos que a dupla Dado e Bonfá quase não se juntava, proibidos pela família de Renato desde quando ele morreu, para tocar LEGIÃO.
Alguns falam de oportunismo. O quê, grana?
Acham que a MTV está nadando em dinheiro, para pagar um cachê astronômico?
Bilheteria? Em 2 shows na Barra Funda?
As viúvas do Renato podem reclamar, mas que foi bacana a homenagem, foi.
E sem pieguice [ou com, porque ele gostava de ser piegas], Renato Manfredini Júnior, vaidoso que era, deve ter adorado.
Assim como achei demais LOBÃO tocar no BARETTO, bar do FASANO, para clientes do Mastercard Black. A maior ironia é que pagaram [e deve ter sido 1 bom cachê].
E zoei com ele pelo Twitter: “Tem que tocar Vida Bandida!”
Vida! Vida, vida, vida vida bandida
É preciso viver malandro
Não dá pra se segurar, não
A cana tá brava, e a vida tá dura
Mas um tiro só não vai me derrubar não
É preciso viver malandro
Não dá pra se segurar, não
Ou a elite mudou. Ou os roqueiros envelheceram e usam Mastercard Black.
É, a vida tá dura até para o pessoal do Fasano, o dólar subiu, consequentemente o champanhe e caviar idem, os importados não têm IPI reduzido, e acabou a farra dos juros.
E meu vizinho Lobão tem mais é que faturar e se dar bem.
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