1. São praticados 527 mil estupros por ano no Brasil.
2. Mais da metade das vítimas, menores de 13 anos.
3. 15% dos estupros foram praticados por mais de 2 agressores, indício de estupros coletivos, como os vistos na Índia.
A pesquisa sobre violência contra as mulheres entrevistou 3.810 pessoas em todos os Estados. As mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.
65% concordaram que a mulher que usa roupa que mostra o corpo merece ser atacada; 42,7% concordaram totalmente, e 22,4%, parcialmente.
Diante da frase "se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros", 35,3% disseram sim e 23,2% afirmaram concordar parcialmente.
Para os pesquisadores, os dados revelam que "os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais; então, as mulheres que provocam, e deveriam saber se comportar, não os estupradores".
Já em casa, a relação é outra. Diante da frase "homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia", 91% concordam.
85% entendem que o casal deve se separar se houver violência.
82% discordam da frase "A mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos".
Para 82%, "O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros".
Esta contradição entre o que acontece dentro de quatro paredes (privado) e o público mostra a dupla face do brasileiro.
Um povo cordial que não se controla e é bombardeado pelo estereótipo de sociedade feliz, sexualmente avançada e hedonista.
A jornalista Bia Abramo reflete nossa indignação:
Feminismo para quê? Por causa de números como esses, por exemplo:
* 58% dos entrevistados dizem concordar "totalmente" com a afirmação de que ela só é vítima de agressão por não se comportar de maneira adequada.
* 82% dos entrevistados, o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros"
* 64% dos entrevistados dizem que "os homens devem ser a cabeça do lar"
* 79% afirmam que "toda mulher sonha em casar"
* 60% concordam que "uma mulher só se sente realizada quando têm filhos"
Nessas horas, nenhum orgulho de ser brasileiro.
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Se a palavra de ordem é o fim do assédio em transporte coletivo [mais 2 foram presos ontem no Metrô suspeitos de molestar sexualmente passageiros; 1 deles foi uma travesti que apalpou um homem num vagão na Estação Sé], se ao todo no ano já foram 27 presos, e se volta o debate da criação de vagões exclusivos para as mulheres, contrariando os próprios movimentos feministas, aqui vão mais sugestões de traquitanas anti-abuso.
Minha amiga Angela Dip sem querer contribuiu
Esse vem da China