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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Bolsonaro não poderia assumir a doença

Atualização:

Existe a suspeita de que o presidente esteja contaminado pelo novo Coronavírus. Todos negam.

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São muitos indícios: a contaminação revelada do seu ciclo íntimo (incluindo seguranças) que o acompanhou à Flórida, comeu no mesmo bufê, do mesmo resort, e se apertou num avião.

Porém, Jair Messias quer passar a imagem de super-humano: sobreviveu a uma facada, uma "gripezinha" não iria derrubá-lo.

O sobrevivente de um atentado, se contaminado, seria pego pela doença cujo poder de letalidade ele nega.

Seria responsabilizado, já que passaria a imagem de que ele e sua equipe foram alguns dos que trouxeram a doença para o país.

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Pior, que espalhou pelos assessores e eleitores, com quem teve contato direto.

Seria uma derrota diante da ciência, que ele desqualifica.

Teria que abaixar a cabeça, escutar, ler relatórios e ouvir cientistas, tudo o que ele detesta.

Seria dar importância a universidades e institutos de que ele tira verbas, confiar em livros extensos, ver experiências praticadas em países adversários, como a China, assumir o desmonte do seu sistema de saúde pública e a incapacidade de gerar crises.

Seria uma derrota diante da imprensa alarmista, que ele desqualifica.

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Seria dar espaço e poderes a governadores.

Para Jair Messias, se estiver mesmo doente, melhor continuar negando, escondendo laudos dos seus médicos militares.

Jamais se afastar do poder, a que ele se agarra com ameaças e protegido pelas Forças Armadas.

Bolsonaro, se estiver doente, negará sempre.

Se não estiver, de fato é um sobrevivente.

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E daqui a uns anos, a verdade será revelada.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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