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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Aquecendo os tamborins

Me cobram um relato sobre a estreia da minha peça A NOITE MAIS FRIA DO ANO em Palmas (TO). Foi digna, perfeita. E olha que digo isso como diretor.

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Atualização:

Sabíamos o que estávamos fazendo. Ensaiamos desde dezembro. Encontramos lá o tom que une palco-platéia. E demos uma sorte incrível, pois as duas noites em que estivemos em cartaz foram as mais frias do ano de Palmas, uma das capitais mais quentes do País. Nem precisamos do arcondicionado do Theatro Fernanda Montenegro.

A peça está pronta. Marcada e afinada. O elenco entra no estágio de comandar o leme, para o vento se esfregar na vela. Estreamos 13 de março no SESC PAULISTA.

Marião Bortolotto dá um relato carinhoso de como foi a nossa estreia no blog dele:

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http://atirenodramaturgo.zip.net/

Conheci Palmas há oito anos. Estive lá antes de represarem o rio, formarem o lago que abraça a cidade- planejada nos moldes de Brasília. É outra cidade hoje.

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Ganha um novo teatro [do SESC; lá também...], tem duas livrarias [quando fui pela primeira vez, me chocou a informação de que não tinha nenhuma], cinemas, centro cultural e até um cineclube. É uma ótima praça para as produções do eixo RJ-SP agendarem eventos. O povo de lá é ávido por cultura.

Em todos os locais e calçadas, há acesso para deficientes [só eu noto essas coisas?]. Há uma vibração e um otimismo que seduz. Grandes parques são delimitados. A cidade é rodeada por ciclovias. Parece que o homem, depois de aprender com os erros, decidiu acertar.

Por que não falei antes da estréia? Porque aguardava as fotos que minha pequena grande produtora, Anna Ciça, ficou de me enviar. Porém, ela estreia nesta sexta NATUREZA MORTA. Está atolada. Está perdoada. Depois de passar pelo CPT (Prêt-à-Porter) e TAPA, ela atua num monólogo no Satyros 1. Merda pra ela!

A semana em SP está quente. Que Carnaval que nada... Serão quatro festas na GAMBIARRA- sem axé, pagode e sertanejo. Tem dois shows no Teatro X da banda Saco de Ratos- segunda e terça, sem hora pra acabar, prometem.

Reestreia na Praça Roosevelt, no Espaço Parlapatões, à meia-noite, PREGO NA TESTA, com o neogalã Hugo Possolo, e A VACA DO NARIZ SUTIL, texto do autor que inovou a narrativa, é redescoberto e ensina: o carioca Campos de Carvalho.

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Sem contar que São Paulo, num feriado prolongado, vira uma simulação do Éden. Estou com inveja de quem ficará pela cidade. O prego aqui marcou de ir pro Rio, comprou passagem e já sente saudades dos amigos e da agitação sem tamborim. Se eu soubesse antes que ia rolar tudo isso...

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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