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Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Aprenda, PT

Aprenda, PT. O antipetismo o derrotou. Hora da autocrítica e pedido de desculpas.

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Atualização:

Os votos para Haddad (ele saltou de 31 milhões no primeiro turno para 47 milhões no segundo) foram para tolerância, pluralidade, democracia e contra o discurso de ódio.

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Foram 16 milhões de votos em defesa das mulheres, gays, índios, negros, das minorias e movimentos sociais, que querem governar juntos.

Não foram para a arrogância e falta de visão política de Gleise Hoffmann, nem em defesa da corrupção, ou de Dilma e sua gastança irresponsável, enquanto o mundo atravessava uma crise profunda, nem contra a Lava Jato.

Não foram a favor das obras inacabadas da Copa do Mundo, dos estádios nababescos e inúteis, da tese do BNDES das campeãs nacionais, nem das alianças espúrias com o pior da política nacional.

Foram pela identidade de gênero e uma nova política.

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Escute, Bolsonaro: as urnas exigem respeito às instituições, democracia e liberdade de expressão.

Escute, PT: você subiu, quando Haddad deixou de ser Lula e virou Haddad.

Concorreu sozinho. Partiu com o apoio crítico de Marina Silva e a ausência nítida de Ciro Gomes e FHC, PDT e PSDB, aliados históricos das Diretas Já, que se uniram a você contra Collor, mas que foram ignorados por você no Poder.

Aprenda a fazer alianças com seus pares, não com seus inimigos.

Nunca mais expulse autênticos, como Airton Soares, Beth Mendes, ouça quem importa, Erundina, Marina Silva, nunca mais deixe de votar num plano econômico bom, como o Real, nunca mais deixe um Fernando Gabeira esperando horas na antessala de um Zé Dirceu.

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Nunca mais apoie um regime que claramente se transformou numa ditadura, como a Venezuela.

Defenda e promova também a democracia dos seus vizinhos.

Saiba, Bolsonaro, a escutar o contraditório, respeitar o outro.

Consiga se reorganizar, PT, com sua grande bancada, de 56 deputados, seis senadores e quatro governadores.

É o partido com mais governadores.

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Aprenda com os erros.

E parabéns, Haddad. Sua vida na política será longa.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
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