Que mané de ajuda humanitária é essa?
E, então, os governos de extrema-direita dos EUA, Holanda e Brasil decidem posar de altruístas, elevando a tensão nas fronteiras, tensão de que não precisávamos, e estávamos livres há mais de um século...
Junto com a Colômbia, inimiga histórica da vizinha Venezuela.
Jair Bolsonaro, que chocou a cena política mundial com seu passado intolerante e xenofóbico, recheado de declarações misóginas, racistas, homofóbicas, que propôs um campo de concentração para jogar venezuelanos que cruzavam em pânico as fronteiras brasileiras, prometeu destruir a esquerda, ataca a imprensa, criminaliza movimentos sociais, deixa sem-teto e sem-terra sem apoio, ameaça prender sua liderança (o líder do MST, João Pedro Stédile, já avisou a amigos que não se exilará, e que cai na clandestinidade, se for perseguido), cansou de ser vilão e quer o papel do mocinho, o "good guy".
O regime de Maduro afunda a Venezuela no caos. Virou o cenário ideal para alimentar um sentimento antissocialista, derrubando todas as teses de utopia da esquerda mundial.
O povo sente fome, não tem remédio, a oposição é perseguida, a imprensa, empastelada.
Vive um colapso político-social, que pode terminar em banho de sangue ou ruína.
O presidente Jair Bolsonaro manteve o envio de medicamentos e alimentos, que esperariam no fim de semana a população venezuelana na fronteira com Roraima.
Maduro fecha a fronteira.
A cúpula militar brasileira tem toda a razão de se preocupar, já que prefere o canal do diálogo entre militares daqui e de lá, que falam a mesma língua.
É bom alguém avisar: ex-capitão, a Venezuela está no leque de proteção da Rússia, e seu arsenal contém os mais modernos caças do continente, Sukhoi-30, e os melhores tanques, T-32, um efetivo numeroso de mais de 200 paramilitares, divididos em milícias, além das Forças Armadas, treinados e munidos de Kalachnikov, aquela que não quebra, nem trava, funciona no calor, frio, seca ou molhada, na neve e no deserto.
Ajuda humanitária para gringo ver.
Se é que os gringos caem nessa...
Em que dia recuará?