EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|A novidade da candidatura coletiva

PUBLICIDADE

Atualização:

Se alguém quer apontar o novo na política, coletivos testam um jeito inovador de fazê-la: candidatura coletiva.

Como assim?

PUBLICIDADE

A Bancada Ativista, em São Paulo, promete "trazer o seu amor pela política de volta".

Nove ativistas de diferentes trajetórias, na defesa de pautas progressistas, juntam-se numa mesma candidatura a deputado estadual, Mônica Seixas, que aparecerá na urna como Mônica da Bancada (PSOL).

Entre eles, uma estudante trans negra, uma liderança indígena com mestrado pela PUC-SP, uma professora da rede pública, um nordestino que milita pela cultura nas periferias, uma ativista ambiental. Militam no PSOL, REDE, entre outros.

Publicidade

Querem "hackear o sistema", dar voz e representatividade a quem, sozinha(o), não conseguiria chegar aos espaços de tomada de decisão.

Na urna, aparecerá apenas o nome da co-candidata Mônica, jornalista, ativista do movimento negro, mãe solteira.

O grupo se inspira em outras candidaturas coletivas bem-sucedidas pelo país, como o movimento Muitas, que ocupa duas cadeiras na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Em 2016, foram 35 mil votos para duas vereadoras, Áurea Carolina e Cida Falabella.

Elas têm uma equipe única, num gabinete compartilhado: a Gabinetona. Neste ano, o coletivo Muitas lançará 12 candidaturas por Minas Gerais (sete estaduais e cinco federais).

Em Pernambuco, a chapa Juntas (PSOL) lançou a primeira co-candidatura por um mandato compartilhado no Estado.

Publicidade

A jornalista Carol Vergolino, a militante Joelma Carla, a professora Kátia Cunha e a advogada trans, Robeyoncé Lima, são as participantes da candidatura da ambulante Jô Cavalcanti, o nome que aparecerá na urna para a vaga de co-deputada estadual para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.

PUBLICIDADE

O PSOL é partido escolhido para carregar o número da Bancada Ativista e Juntas, pois foi o único que concordou com as exigências do movimento: total independência nas suas posições; os coletivos não estão amarrados a posições partidárias, nem apoiam diretamente os candidatos ao Executivo.

O material de campanha não traz menção ao partido, nem a candidatos do Executivo, e a diversidade de cores remete à diversidade que trazem: focam nas pautas convergentes entre eles, para evitar rusgas relacionadas ao jogo partidário.

Em 2016, a Bancada Ativista fez curadoria de candidaturas a oito vereadores que defendiam as bandeiras progressistas. Organizada às pressas, tiveram relativo sucesso - cerca de um em cada 100 votos a vereador no município de São Paulo foram para os candidatos apoiados.

Elegeram Sâmia Bonfim (PSOL).

Publicidade

Mônica fez parte da equipe de assessoria parlamentar de Sâmia na Câmara Municipal.

Além dos R$ 5.500 recebidos pelo fundo eleitoral do PSOL (R$ 21,4 milhões), a candidatura da Bancada tem recursos oriundos de site de crowdfunding.

colaboração: Chico Avelino

Opinião por Marcelo Rubens Paiva
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.