Ele, alemaozão loiro de olho azul.
Eu, neto de italianos por parte de mãe, sempre me achei um ragazzo autêntico.
Morreu quando eu tinha 11 anos, e herdei seus ternos, camisas, gravatas e sapatos.
Mas cresci mais do que ele. Meu pé, idem.
No entanto, por toda a minha vida, fui parado por algum amigo ou amiga dele, que se emocionava e me dizia, com lágrimas nos olhos: Você é a cara do seu pai.
Por circunstâncias, temos poucas fotos juntos.
Perseguidos pela ditadura não tiravam muitas fotos.
Razões óbvias.
Mas a família Guedes encontrou esta, que dá para tirar a dúvida.
Minha irmã Nalu, ele e eu, diante da casa em que morávamos no Rio.
A mesma que foi invadida por 5 policiais com metralhadoras meses depois em 1971.
E o levaram com a minha mãe e irmã Eliana, para o DOI/Codi.
Cara do pai?