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Opinião|Veneza anuncia concorrentes; Brasil fora

O Festival de Veneza divulgou 17 títulos da sua principal competição, aquela que concede ao vencedor o Leão de Ouro. Entre eles, nenhum do Brasil. Em compensação, vários nomes conhecidos estarão competindo, como Marco Bellocchio (Bela Adormecida), Takeshi Kitano (Para Além da Indignação) e Brian de Palma (Pasión). Só por aí já se poderia prever uma bela mostra, agora sob nova direção. Saiu o antigo presidente, Marco Müller, e regressou Alberto Barbera, que já dirigira Veneza.

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Mas o maior trunfo provavelmente não dará as caras no Lido. Trata-se do ermitão Terrence Malick, que manda ao festival italiano To The Wonder, com Rachel Weisz, Ben Affleck e Javier Bardem. Malick, convém lembrar, venceu o Festival de Cannes com seu A Árvore da Vida, um trabalho com ambição metafísica, hoje coisa rara no cinema. O fato de ter enviado seu novo filme a Veneza representa uma vitória da nova direção deste que é o mais antigo festival de cinema do mundo, mas que andava com o prestígio abalado nos últimos anos.

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Os outros filmes também prometem. Em especial este que é um dos concorrentes da casa e um dos remanescentes da melhor fase do cinema italiano - Marco Bellocchio.

Com Bella Adormentata (Bela Adormecida), Bellocchio mais uma vez trabalha com os temas tabus que lhe são caros. No caso, com a eutanásia, assunto difícil de ser discutido com serenidade num país católico e que abriga o Estado do Vaticano. A história baseia-se no caso real de uma mulher que permaneceu anos em estado vegetativo, enquanto sua família lutava para desligar os aparelhos que a mantinham artificialmente viva. Independentemente dos seus méritos estéticos, Bela Adormecida deve proporcionar calorosas discussões no Lido.

Há, entre os selecionados, outros títulos que já despertam interesse prévio. Um deles é O Útero, do filipino Brillante Mendoza, que concorreu em festival anterior com Lola. Enfim, bons ares para o festival, que começa dia 29 de agosto.

Abaixo, os 17 títulos. Falta um por anunciar.

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-"Après Mai" (Something in the air, Algo no Ar) de Olivier Assayas - Francia

- "At any price" (Por Nenhum Preço) de Ramin Bahraini - EEUU/GB

- "Bella Addormentata" (A Bela Adormecida) de Marco Bellocchio - Italia/Francia

- "La cinquième saison" (A quinta Estação) de Peter Brosens y Jessica Woodworth -

Bélgica/Holanda/Francia

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- "Lemale Et Ha'Chalal" (Depois da Ocupação) de Rama Burshtein - Israel

- "E stato il figlio" (Foi o Filho) de Daniele Cipri - Italia/Francia

- "Un giorno speciale" (Um dia Especial) de Francesca Comencini - Italia

- "Passion" (Paixão) de Brian de Palma - Francia/Alemania

- "Superstar" de Xavier Giannoli - Francia/Bélgica

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- "Pieta" (Piedade) de Kim Ki-duk - Corea del Sur

- "Outrage Beyond" (Para Além da Indignação) de Takeshi Kitano - Japón

- "Spring Breakers" (Férias de Primavera) de Harmony Korine - EEUU

- "To the wonder" (Para a Maravilha) de Terrence Malick - EEUU

- "Sinapupunan" (O Útero) de Brillante Mendoza - Filipinas

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- "Linhas de Wellington" de Valeria Sarmiento - Francia/Portugal

- "Paradies: Glaube" (Paraíso: Fé) de Ulrich Seidl - Austria/Francia/Alemania

- "Izmena" (Engano) de Kirill Serebrennikov - Rusia

 

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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