Na história, formada por painéis, como quadros em uma exposição, dois personagens principais servem como fio narrativo. São como Quixote e Sancho Pança contemporâneos, pobres-diabos que tentam vender artefatos para provocar o humor. Tais como máscaras supostamente engraçadas, dentes de vampiros ou sacos de risadas ("o nosso clássico", dizem). São patéticos. E é dessa forma que o diretor os retrata.
Não mais patéticos que as situações que atravessam. Um homem morre numa lanchonete e a garçonete oferece, grátis, o lanche que ele encomendara. A moribunda agarrada à sua bolsa de joias. O marido que enfarta enquanto a esposa cozinha ao lado. Humor negro, como a dizer que a vida ou a morte já não significam grande coisa. É um filme da crise, falsamente engraçado e de visual inspirado em Hopper e Brueghel. Dá o que pensar.