Luiz Zanin Oricchio
25 de janeiro de 2008 | 19h18
Em seu artigo semanal no L’Espresso, Umberto Eco imagina um diálogo com um amigo estrangeiro. Reproduzo abaixo:
– Por que, desde o primeiro dia depois das eleições, parece que a finalidade da oposição em seu país é derrubar o governo, de tal modo que sua queda seja pedida e anunciada a cada dia?
Eco, ou o personagem que encarna, responde:
– Mas como, a finalidade de uma oposição não é sempre tentar derrubar o governo?
– Absolutamente não, pelo menos para nós, responde o amigo. Na democracia o fim da oposição é, já que o governo foi eleito, segui-lo de perto, vigiá-lo dia a dia para obrigá-lo a melhorar as leis, para impedi-lo de prevaricar. Se a oposição perde tempo a cada dia arquitetando planos para derrubar o governo, não lhe sobra tempo para estudar os projetos alternativos que deveria propor, ou para fazer críticas circunstanciais à ação do governo no sentido de corrigi-la.
Quem quiser pode ler (em italiano), na íntegra, o artigo intitulado Um País Diferente dos Outros (Un Paese Diverso dagli Altri). É muito interessante.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.