Luiz Zanin Oricchio
06 de fevereiro de 2015 | 14h51
Como se sabe, o Oscar consome mais papel e tinta que futebol em época de Copa do Mundo. Noticia-se de tudo. De prováveis vencedores (e perdedores) aos figurinos das dondocas na passarela. Perdão, no red carpet.
Deixam-se passar, no entanto, ótimas oportunidades de reflexão sobre o cinema, oferecidas pelo cardápio da Academia.
Alguns exemplos fáceis:
1) Como são retratadas pessoas consideradas geniais, ou seja, que fazem e pensam coisas em tese inacessíveis para o comum mortais. Filmes: A Teoria de Tudo, sobre o físico Stephen Hawkings, e O Jogo da Imitação, sobre o matemático Alan Turing.
2) Qual o recorte oferecido por fatos históricos recentes, mas cercados de diferentes interpretações. No caso Selma, sobre as marchas pelos direitos civis dos negros nos anos 1960.
3) A guerra e a agressiva política bélica norte-americana. No caso, Sniper Americano, de Clint Eastwood, é um prato cheio em seu retrato sobre o atirador responsável por 160 mortes (comprovadas) no Iraque, incluindo mulheres e crianças. Clint heroiciza essa figura? Ou é sutilmente crítico? Qual o retrato profundo a tirar desse filme ambíguo?